FUNDOS-ABUTRE: O FORO DE SÃO PAULO DÁ RESPALDO À ARGENTINA



O XX Foro de São Paulo em La Paz reuniu mais de 70 partidos de esquerda da América Latina (Foto: EFE/Página/12)  
O senador por Cochabamba, Adolfo Mendoza, ressaltou que a região tem “a possibilidade de formar de maneira satisfatória uma agenda da Pátria Grande”. Foi parte das conclusões do encontro.

Por Sebastián Ochoa, de La Paz – matéria do jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 31/agosto

O XX Foro de São Paulo, que reúne mais de 70 partidos de esquerda da América Latina, concluiu na sexta-feira, dia 29, em La Paz (Bolívia), com a divulgação duma Declaração. Entre outros pontos, rechaçam a ação dos fundos-abutre, pedem a libertação dos cubanos presos nos Estados Unidos, denunciam a política intervencionista deste país no continente e repudiam os ataques de Israel ao povo da Palestina. No ano que vem o encontro se realizará no México.

“Estabelecemos quais são nossos desafios, assim como os mecanismos que tem o Império para responder à nova correlação de forças a nível latino-americano e mundial. Sobre essa base, determinamos uma série de elementos que nos permitiram avançar qualitativamente nas propostas do Foro. Não só para os governos progressistas da esquerda revolucionária da América Latina, mas do mundo inteiro”, disse a Página/12 o senador por Cochabamba Adolfo Mendoza, do Movimento Ao Socialismo (MAS – partido de sustentação do governo de Evo Morales).

“Agora estamos marcando outra fase na existência do Foro. Creio que a primeira fase abarca desde a resistência que originou a fundação deste foro (em 1990) até os anos 96, 97. A segunda fase se inicia com a instauração de governos progressistas da esquerda revolucionária na América Latina: as mudanças estruturais, as revoluções democráticas culturais, como as da Bolívia, Venezuela ou Nicarágua. Agora, após a experiência governamental, temos a possibilidade de formar de maneira satisfatória uma agenda da Pátria Grande”, disse o senador governista, que ressaltou o posicionamento do Foro de São Paulo diante dos chamados fundos-abutre.

“Os fundos-abutre não somente respondem a uma medida administrativa ou de economia, mas também mostram uma forma de acumulação em escala internacional, a partir da especulação financeira. Representam uma fórmula de saque a nossas economias. O capital financeiro já não atua apenas em torno de variáveis econômico-financeiras internacionais, mas também a partir do prejuízo que pode ocasionar a governos como o da Argentina. Ao mesmo tempo em que afeta politicamente, implica uma noção renovada de concentração de capital a nível mundial, sob os auspícios não só dos fundos-abutre, mas também da circulação de capital de portfólio, inaugurando uma nova acumulação pirata primitiva de capital”, disse Mendoza.

Outra das resoluções do Foro destaca a necessidade de que a Bolívia volte a ter uma saída soberana para a mar. Para isso, recomendam aos governos deste país e do Chile abrir o diálogo necessário para lográ-lo. O Foro também deu seu apoio às candidaturas presidenciais de Evo Morales na Bolívia, Dilma Rousseff no Brasil e Tabaré Vázquez no Uruguai.

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“Desde la perspectiva de Argentina, hemos obtenido un reconocimiento amplio a las políticas de desendeudamiento (desendividamento) del gobierno, específicamente con relación a los fondos buitre. También se destaca la política nacional en materia de derechos humanos. Y en el documento final se incluye una reivindicación de la soberanía de Argentina sobre las islas Malvinas”, comentó Daniel San Cristóbal, del Frente Grande, una de las tantas organizaciones del país presentes en este encuentro, desarrollado entre el 25 y 29 de agosto en el campo ferial Chukiago Marka, de La Paz.

“Las definiciones políticas que emanan de este foro son remitidas a los partidos de izquierda que están en el gobierno o (ou) en la oposición, para que las determinaciones de este encuentro sean sus banderas”, indicó San Cristóbal.

“Desde su creación, el Foro ha venido creciendo al punto de que hoy los partidos que lo integran gobiernan en 11 países de América latina. En 1990, cuando se inició, el Foro no gobernaba en ningún país. Aquí se reúnen los dirigentes de la izquierda progresista presentes y futuros. Lula da Silva fue uno de los creadores de este espacio y luego estuvo en función de presidente. También Evo Morales. Encontramos aquí un espacio de consolidación política, de avance, debate, planificación y definición estratégica”, indicó el argentino.

Del encuentro participó Ayman el Akhrass, nacido en la Franja de Gaza, residente en Bolivia desde 1996 e integrante del Frente Popular para la Liberación de Palestina (FPLP). Agradeció a los países integrantes del Foro por demostrar su solidaridad ante los ataques de lo que llama el “Estado terrorista de Israel”. “Mi familia y mis amigos están allá, tengo mucho contacto con ellos. Y sé que la solidaridad del pueblo de América latina les llegó mientras (enquanto) sufrían esos ataques del Estado terrorista de Israel. Este apoyo de verdad levantó los ánimos de la gente, que quedó bastante dañada por los bombardeos y el genocidio que pasa allá”, aseguró el palestino.

Tradução (parcial): Jadson Oliveira

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