REFORMA DA EDUCAÇÃO NO CHILE: APESAR DAS CRÍTICAS AO GOVERNO, ESTUDANTES MANTÊM O DIÁLOGO




(Foto: Nodal)
Em votação definida pela diferença de apenas um voto, a Confederação dos Estudantes do Chile decide se manter na mesa de diálogo com o Ministério da Educação.

Do portal Nodal – Notícias da América Latina e Caribe, de 25/08/2014

Um voto marcou a diferença e definiu a permanência da Confederação dos Estudantes do Chile (CONFECh) no plano de participação cidadã de iniciativa do Ministério da Educação (Mineduc) pela Reforma Educacional.

Os estudantes universitários definiram a permanência numa sessão extraordinária levada a cabo no sábado, dia 23, na Universidade de Santiago do Chile, processo que culminou com 16 votos a favor de continuar na mesa de diálogo e 15 contra.

A presidenta da Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Melissa Sepúlveda, destacou que “independentemente de que nos mantemos, com todas as críticas que temos feito, mostramos vontade de diálogo ao nos manter nesta instância, neste plano de participação”.

“Apresentamos aí todas as nossas propostas, nossas posições em torno da reforma educacional e vamos continuar participando”, afirmou Sepúlveda, dizendo esperar que por parte do Mineduc “exista a vontade política de gerar uma instância deliberativa”.

Por sua parte, a presidenta da Federação dos Estudantes da Universidade Católica (FEUC), Naschla Aburman, enfatizou que “as críticas ao espaço persistem, a desconfiança persiste porque o espaço continua funcionando tal como funcionava desde o princípio”.

“Seguimos sem saber realmente qual vai ser o produto final e seguimos, com certeza, pensando que nossa capacidade de influir na reforma educacional não se reduz a este espaço”, disse Aburman.
A visão da Cones
A Coordenação dos Estudantes Secundaristas (Cones) também se reuniu no sábado para definir sua continuidade no espaço organizado pelo Mineduc.

“Decidimos nos manter no espaço, entendendo a vitalidade e a importância de que todos os atores sociais que hoje em dia estão a favor duma reforma educacional se mantenham em suas posições firmes, travando um debate com a direita”, informou o representante da Cones, Ricardo Paredes.

Ele assegurou ademais que a Cones se somará à mobilização convocada pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) para este 4 de setembro.
“Chile necessita de um modelo sem exclusão”
O ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, destacou a importância de que todos os atores sociais e políticos trabalhem em conjunto para conseguir mudanças na educação.

“Esperamos poder contar com todos os atores, com todos os atores sociais, os atores políticos. Esta é uma reforma do país, uma reforma de todos, portanto nós sempre insistiremos que a opção das distintas instituições, dos distintos atores sociais e dos distintos atores políticos é importante e bem-vinda”, assinalou.

E enfatizou que “o Chile necessita ter um modelo, um sistema educacional que dê oportunidade a todas as crianças e jovens do Chile, sem exclusão alguma, e para isso tem que haver um trabalho em conjunto”.

Igualmente o porta-voz do Palácio, Álvaro Elizalde, sustentou que “vamos sempre propor o diálogo com as organizações da sociedade civil, para impulsionar as reformas que são imprescindíveis para melhorar a vida dos chilenos e as portas sempre vão estar abertas”.

Tradução: Jadson Oliveira

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