Fabrizio Hochschild, da ONU, e o acadêmico Alejo Vargas anunciam a viagem das vítimas (Foto: EFE/Página/12) |
Em Havana, somam-se às
negociações entre o governo e a guerrilha: um grupo de 12 vítimas viajou na
sexta-feira, dia 15, de Bogotá à capital cubana, para expor sua situação no dia
seguinte (sábado, dia 16), diante dos negociadores. No primeiro grupo dos escolhidos
há pessoas que sofreram a violência da guerrilha, dos paramilitares e do
Estado.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 16
O
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, considerou “fundamental” a viagem a
Havana empreendida ontem (dia 15) por um grupo de prejudicados pelo conflito
armado para participar da negociação de paz entre o governo e as FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Um grupo
de 12 vítimas viajou de Bogotá à capital cubana para expor neste sábado (dia
16) sua situação diante dos negociadores. “É um passo importantíssimo neste
processo”, manifestou o presidente na apresentação do Índice de Condições para
a Reconciliação Nacional (ICRN), metodologia implementada para medir a disposição
que tem a cidadania para a reconciliação. Santos assegurou que “escutar as
vítimas é um passo de imensa transcendência que nunca havia sido dado” e defendeu
o primeiro grupo de escolhidos, entre os quais há pessoas que sofreram a violência
da guerrilha, dos paramilitares e do Estado.
À pergunta,
disse o presidente, de por que vão a Havana pessoas que não foram vítimas das
FARC, a resposta é: “Porque o conflito é único e se queremos paz neste país não
podemos começar a segmentar. O conflito é único e a solução do conflito é única,
e por isso devemos escutar todas as vítimas”. “Que bom que vão lá para dizer como
eles se veem no processo, como pretendem que seja reconhecida sua condição de
vítimas e que sejam defendidos seus direitos”, justificou.
Das 12 pessoas
que viajaram sexta-feira, dia 15, cinco são vítimas das FARC, quatro do Estado,
dois de grupos paramilitares e uma de vários atores armados. Outras quatro
delegações viajarão nas próximas semanas para expor seu caso aos negociadores do
governo e das FARC.
“Se
queremos paz, temos que escutar todas as vítimas”, acrescentou o chefe de
Estado, que reconheceu que o processo de negociação que já dura 21 meses “tem
sido muito complexo, cheio de contradições, cheio de dificuldades, cheio de inimigos,
mas aí vamos, na direção correta”.
Continua
em espanhol:
Como todo lo que rodea las negociaciones de paz, la selección de este
primer grupo estuvo marcada por la polémica, pues hay quienes consideran que
incluir sólo cinco damnificados por las FARC es injusto puesto que son el 50
por ciento del proceso de paz. “A los más de 26 mil secuestrados por las FARC,
un delito sistemático y por lo tanto de lesa humanidad, esa ‘comisión’ no los
representa”, escribió en Twitter el ex vicepresidente Francisco Santos, del
opositor partido Centro Democrático. La ex candidata presidencial del Partido
Conservador, Marta Lucía Ramírez, también opinó que las “víctimas de las FARC
son las que deben ir a la negociación con las FARC”.
La selección estuvo a cargo de la ONU y del Centro de Pensamiento de la
Universidad Nacional, que también elegirán (escolherão) a los miembros de las
otras cuatro delegaciones que viajarán a Cuba y que ayer (ontem, sexta-feira) defendieron
la transparencia del proceso. “Hemos escuchado (Escutamos) con gran cuidado el
debate sobre ese tema y en base a eso hemos escogido (escolhemos) a estos
representantes, siempre siguiendo las indicaciones de la mesa de La Habana en
cuanto a equilibrio y pluralidad”, dijo el director de la Oficina (Escritório) de
la ONU en Colombia, Fabrizio Hochschild.
Santos recordó que el próximo 21 de agosto se instalará en La Habana una
comisión formada por doce (12) expertos que elaborará un informe sobre los
orígenes de la guerra en el país, documento en el cual se basarán (no qual se
basearão) los negociadores para abordar el último punto de la agenda, el del
fin del conflicto. También mencionó que comenzará sus trabajos una subcomisión
que analizará un cese al fuego (um cessar-fogo) bilateral, cese de hostilidades
y abandono de armas, en la cual participarán las fuerzas armadas. “A esa
subcomisión van asistir (vão participar) altos oficiales en servicio activo,
expertos ya en ese tipo de temas (experts já nesse tipo de assunto)”, dijo
Santos.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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