(Foto: Carta Maior) |
Há um debate que não pode esperar: como recuperar os recursos acumulados e parados em fortunas financeiras, girando em atividades especulativas estéreis.
(No Brasil): Um mecanismo central neste processo é a forma como o cartel dos grandes bancos nacionais, e os internacionais que aqui funcionam, passaram a utilizar a dívida pública como mecanismo de transferência, através da taxa Selic elevada, dos impostos da população para os intermediários financeiros. São transferências da ordem de grandeza de 150 a 200 bilhões de reais por ano.
PorLadislau Dowbor, no portal Carta Maior, de 28/07/2014
Há um debate que não pode mais esperar: como recuperar os imensos recursos acumulados e parados em fortunas financeiras, girando em atividades especulativas estéreis, para financiar a inclusão produtiva, a reconversão energética, os desequilíbrios sociais? O problema está além da injustiça flagrante que leva a que se acumulem fortunas sem a contrapartida produtiva correspondente. Trata-se da deformação do próprio sistema de acumulação capitalista, e da sua principal base de legitimação.
A visão herdada era que à riqueza do capitalista correspondia uma iniciativa de empreendedor, gerando produto, emprego e enriquecimento da sociedade, ainda que de forma desigual. Com a generalização do desvio das nossas poupanças para aplicações financeiras, tanto das fortunas dos mais ricos como das poupanças da população em geral, para as mãos de intermediários financeiros, o que era mais valia apropriada no processo produtivo se transformou em sistema especulativo planetário. O capitalismo produtivo se desloca para um capitalismo de rentistas.
Podemos trabalhar com três eixos de análise. Primeiro, as mudanças em termos do capitalismo financeiro global; segundo, como estas dinâmicas afetam o Brasil; terceiro, que alternativas estão surgindo no horizonte.
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