(Foto: El Universal) |
O "El Universal", antes dirigido pelo fascista Elides Rojas - um dos incendiários do fracassado golpe de abril de 2002 -, vinha afundando há meses.
Por Altamiro Borges, do Blog do Miro e presidente do Centro de
Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé – reproduzido do portal Carta Maior, de 08/07/2014
Um dos principais jornalões golpistas
da Venezuela, o “El Universal”, foi vendido na semana passada para um consórcio
espanhol.
A notícia foi encarada como uma tragédia pelos barões da mídia da América Latina, que radicalizaram ainda mais seus ataques ao presidente Nicolás Maduro.
Isto apesar do novo dono do veículo, Jesus Abreu Anselmi, ter garantido à equipe do jornal “que a linha editorial crítica ao governo será mantida”, segundo relato da Folha. “Jesus Anselmi disse ainda que o grupo comprador ‘não tem nenhum vínculo com o governo’ e pediu que todos trabalhem da mesma forma. Porém, há receio de que, a exemplo de outros veículos antes críticos, o jornal mude o alinhamento”.
O novo dono do “El Universal” é irmão do maestro José Antonio Abreu, diretor da ‘orquestra jovem’ da Venezuela, fundada por Hugo Chávez. Ele também foi vice-ministro dos Transportes do governo conservador de Jaime Lusinchi, que presidiu o país de 1984 a 1989.
O jornal, antes dirigido pelo fascista Elides Rojas – um dos incendiários do fracassado golpe de abril de 2002 –, vinha afundando na crise há vários meses. Sua tiragem despencou e a empresa passou a ter dificuldades na compra de papel. Empresários da Colômbia chegaram a doar 52 toneladas da matéria prima para seus comparsas venezuelanos. Mas não adiantou. O diário reduziu o número de páginas em maio passado e dispensou vários profissionais.
Outros veículos da direita venezuelana também estão em crise. O canal Globovisión e a Cadeia Capriles de jornais foram vendidos em 2013. Já o jornal “El Nacional” – que Hugo Chávez apelidou de “El Nazional” – anunciou recentemente que só tem papel para os próximos meses. Nos últimos anos, 11 jornais deixaram de circular no país.
Em compensação, houve um florescimento da internet e de meios comunitários de comunicação. A violenta crise do setor radicalizou ainda mais o discurso dos oligarcas da mídia, que transformaram os seus veículos em verdadeiros panfletos de convocação dos violentos protestos para desestabilizar o presidente democraticamente eleito da Venezuela.
Diante deste cenário de radicalização, a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), que reúne os barões da mídia do continente, acusa o governo bolivariano de sufocar a liberdade de expressão.
A mesma SIP, que apoiou todas as tentativas golpistas lideradas pela imprensa da Venezuela, nunca protestou contra fechamento de mais de 120 jornais nos EUA, que resultou na demissão de milhares de jornalistas nos últimos anos. No mês retrasado, por exemplo, o “The New York Times” trocou o comando da sua redação em função da grave crise. A SIP não deu um pio! Nos EUA, a crise do setor decorre das “inovações tecnológicas”. Já na Venezuela, a culpa é do “ditador” Nicolás Maduro, que não cede às chantagens econômicas e políticas dos barões da mídia.
A notícia foi encarada como uma tragédia pelos barões da mídia da América Latina, que radicalizaram ainda mais seus ataques ao presidente Nicolás Maduro.
Isto apesar do novo dono do veículo, Jesus Abreu Anselmi, ter garantido à equipe do jornal “que a linha editorial crítica ao governo será mantida”, segundo relato da Folha. “Jesus Anselmi disse ainda que o grupo comprador ‘não tem nenhum vínculo com o governo’ e pediu que todos trabalhem da mesma forma. Porém, há receio de que, a exemplo de outros veículos antes críticos, o jornal mude o alinhamento”.
O novo dono do “El Universal” é irmão do maestro José Antonio Abreu, diretor da ‘orquestra jovem’ da Venezuela, fundada por Hugo Chávez. Ele também foi vice-ministro dos Transportes do governo conservador de Jaime Lusinchi, que presidiu o país de 1984 a 1989.
O jornal, antes dirigido pelo fascista Elides Rojas – um dos incendiários do fracassado golpe de abril de 2002 –, vinha afundando na crise há vários meses. Sua tiragem despencou e a empresa passou a ter dificuldades na compra de papel. Empresários da Colômbia chegaram a doar 52 toneladas da matéria prima para seus comparsas venezuelanos. Mas não adiantou. O diário reduziu o número de páginas em maio passado e dispensou vários profissionais.
Outros veículos da direita venezuelana também estão em crise. O canal Globovisión e a Cadeia Capriles de jornais foram vendidos em 2013. Já o jornal “El Nacional” – que Hugo Chávez apelidou de “El Nazional” – anunciou recentemente que só tem papel para os próximos meses. Nos últimos anos, 11 jornais deixaram de circular no país.
Em compensação, houve um florescimento da internet e de meios comunitários de comunicação. A violenta crise do setor radicalizou ainda mais o discurso dos oligarcas da mídia, que transformaram os seus veículos em verdadeiros panfletos de convocação dos violentos protestos para desestabilizar o presidente democraticamente eleito da Venezuela.
Diante deste cenário de radicalização, a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), que reúne os barões da mídia do continente, acusa o governo bolivariano de sufocar a liberdade de expressão.
A mesma SIP, que apoiou todas as tentativas golpistas lideradas pela imprensa da Venezuela, nunca protestou contra fechamento de mais de 120 jornais nos EUA, que resultou na demissão de milhares de jornalistas nos últimos anos. No mês retrasado, por exemplo, o “The New York Times” trocou o comando da sua redação em função da grave crise. A SIP não deu um pio! Nos EUA, a crise do setor decorre das “inovações tecnológicas”. Já na Venezuela, a culpa é do “ditador” Nicolás Maduro, que não cede às chantagens econômicas e políticas dos barões da mídia.
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