(Ilustração: Carlos Latuff/Opera Mundi) |
Maduro vai recepcionar líderes como Dilma
Rousseff, Cristina Kirchner e José Mujica um dia antes de prazo de
pagamento de dívida de Buenos Aires
Por Luciana Taddeo, de Caracas - reproduzido do portal Opera Mundi, de 27/07/2014
Chanceleres dos países do Mercosul (Mercado Comum do Sul) estarão em Caracas, nesta segunda feira (28/07), para reunião prévia à 46ª Cúpula presidencial do bloco, que será realizada na terça. A presidência pro-tempore do Mercosul será passada da Venezuela para a Argentina com seis meses de atraso, já que a cúpula vem sendo postergada desde dezembro.
O encontro de Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil), Horacio Cartes (Paraguai), José Mujica (Uruguai), e o anfitrião Nicolás Maduro (Venezuela) se dará um dia antes do último dia do prazo dado por um juiz norte-americano para que a Argentina pague os denominados “fundos abutres”, credores que não aceitaram reestruturar as dívidas arrastadas e ampliadas desde a crise de 2001.
Caso o pagamento não seja efetuado, a Argentina entraria em default. A questão deve ser levada à cúpula pela presidente Cristina Kirchner para um pronunciamento de ratificação do apoio ao país e rechaço à sentença pelos membros do bloco. Teme-se, adicionalmente, que crise da dívida argentina tenha impactos não somente regionais, mas também globais.
De acordo com o jornal argentino Clarín, o ministro de economia do país, Axel Kicillof, não irá a Caracas para se concentrar nesta questão. Em seu lugar, participará o secretário de comércio Augusto Costa para o encontro com os representantes de Bancos Centrais, que se desenvolve paralelamente à reunião de chanceleres.
Já a presidente brasileira levará a proposta de antecipar para dezembro a eliminação de tarifas comerciais entre os países do bloco e o Chile, a Colômbia e o Peru, segundo adiantou o embaixador Antônio Simões, subsecretário geral da América do Sul, Central e do Caribe. A previsão é que as tarifas de importação sejam eliminadas em 2019.
A volta do Paraguai ao Mercosul após mais de um ano é um dos elementos que marcará a cúpula. Suspenso em 2012 com a destituição do ex-presidente Fernando Lugo, o país regressará com algumas resoluções aprovadas durante sua ausência, como o protocolo de adesão da Bolívia ao bloco, assinado em Brasília, em dezembro de 2012.
O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, afirmou que as expectativas do governo de Cartes giram em torno da incorporação de observações que o país formulou ao bloco com respeito a seis resoluções, decisões e diretivas adotadas durante sua suspensão. “A revisão das resoluções está bem encaminhada”, afirmou na última sexta, segundo o jornal local Última Hora.
Outro assunto de discussão será o acordo com a União Europeia para a criação de um acordo de livre comércio, cuja negociação é arrastada há vários anos. A Venezuela, por sua vez, propõe a criação de uma zona econômica do Mercosul com os países da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e do Caribe.
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