Santos se impôs no segundo turno frente ao candidato uribista (Foto: AFP/Página/12) |
O cientista político Carlos Andrés
Prieto assinala como poderia influenciar o apoio da esquerda na reeleição de
Santos: o analista colombiano avalia que Santos busca modificar no imaginário o
tema do conflito. E afirma que a Justiça está respondendo sobre os casos de
homicídio e deslocamento forçado.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 7
Uma parte
da sociedade colombiana está de acordo com o processo de paz ainda que não nos
termos propostos pelo presidente Juan Manuel Santos. Para Carlos Andrés Prieto,
cientista político da Universidade Nacional da Colômbia e coordenador da Fundação
Ideias para a Paz (FIP), isso explica a vitória apertada que obteve o mandatário
frente ao candidato uribista Oscar Iván Zuluaga no segundo turno do dia 15 de
junho. Se bem os resultados refletiram uma derrota do uribismo, a reeleição de
Santos produzirá – segundo o estudioso – uma rearticulação da ultra-direita
colombiana. “Esta eleição marca o caminho daqui para frente. Se vão discutir
posições a respeito de como será essa oposição uribista. Temos que esperar um
pouco para ver o que acontece e como isso vai afetar tanto o desenvolvimento
legislativo como o governo”, indicou.
O triunfo
no primeiro turno de Zuluaga, que conseguiu 29% dos votos frente a 25% de
Santos, representou a vigência do ex-presidente e senador eleito Álvaro Uribe
(2002-2010) na vida política colombiana e sua capacidade de disputar o poder.
“Uma parte da população estava de acordo com a forma como Uribe manejava o tema
do conflito. Outra parte teve um voto de oposição aos quatro anos do presidente
Santos. Outra diretamente desconhecia ou não estava a par do alcance do que
estava fazendo o governo e isso gerava também desconfiança”, explicou Prieto.
Frente a
um possível avanço da direita mais beligerante, Santos somou no segundo turno o
respaldo de dirigentes da esquerda e do progressismo, como o da ex-candidata
presidencial e líder do Polo Democrático Alternativo, Clara López, e o do
prefeito de Bogotá, Gustavo Petro. Para o expert da FIP, se tratou mais dum apoio
às negociações de paz que o governo mantém con a guerrilha das FARC desde outubro
de 2012. No entanto, sublinhou que o respaldo dado pela esquerda a Santos pode
servir para “buscar uma agenda mais progressista e mais ampla” em seu próximo
mandato.
Prieto,
especialista em parapolítica e justiça transicional – encarregada de reparar as
violações massivas de direitos humanos uma vez superada uma ditadura ou um
conflito armado –, se referiu também ao futuro dos paramilitares e guerrilheiros
num hipotético cenário de paz. “Um bom número de paramilitares e combatentes da
guerrilha está cumprindo já a desmobilização. Se está vendo como o Estado está
preparando a reintegração destes grupos. O outro tema é quanto estão
participando alguns ex-paramilitares dentro do que são os novos grupos criminosos.
Segundo um último estudo de reincidência, há uma taxa elevada de desmobilizados
e entre 24% e 28% estão na ilegalidade”, disse. De acordo com Prieto, 54 mil
paramilitares e guerrilheiros se desmobilizaram entre os últimos oito e dez anos,
30 mil coletivamente e uns 24 mil individualmente. “É um número bastante
importante. Mas se a gente observa o tema dos grupos criminosos, a taxa de
paramilitares ou ex-combatentes é relativamente inferior, devido a que estes
grupos estão compostos em sua maior parte pelas novas gerações do crime
organizado”, agregou.
Continua em espanhol:
El experto colombiano evaluó además el proceso a seguir con los
paramilitares y miembros de la guerrilla de aprobarse los acuerdos entre el
gobierno y las FARC. “Hay varios escenarios. Uno es el jurídico, donde muchos
afirman que cualquier cosa que se firme en La Habana no tendría un efecto
retroactivo en cuanto a los paramilitares o (ou) a los guerrilleros. Pero el
Estado ha avanzado mucho en los últimos 10 años en la forma en que examina y
combate a los grupos del crimen organizado, por lo que uno espera que tenga la
capacidad de combatir a estos reductos guerrilleros, independientemente de lo
que ocurra en La Habana”, sostuvo.
Respecto de las víctimas del conflicto armado, que lleva más de 50 años,
Prieto afirmó que la Justicia, aunque lentamente, responde ante los casos de
homicidio, desaparición forzada, desplazamiento (deslocamento forçado),
violencia sexual y reclutamiento de niños (de crianças). “La Justicia está
avanzando en el esclarecimiento de los casos y en el juzgamiento de los
responsables de estos crímenes. Cuando uno habla con los expertos se tiene la sensación
de que aún falta mucho por descubrir, aunque judicialmente uno ve que se ha
avanzado. Incluso cuando muchos organismos siguen reportando algunos casos de
falsos positivos – el asesinato extrajudicial de civiles a manos de
paramilitares para hacerlos pasar por guerrilleros –. Uno espera que el Estado
pueda responder algún día sobre los crímenes que se han cometido”, consideró.
Una de las promesas electorales de Santos fue la eliminación del
servicio militar obligatorio en caso de firmar la paz. Algo que para Prieto
representó más un anuncio coyuntural en el tramo final de la campaña que una
propuesta para la Colombia post conflicto. “En las últimas semanas antes de la
elección se tocaron muchos temas coyunturales, dejando en el fondo los grandes
temas de la agenda pública. Uno podría pensar que Santos busca modificar en el
imaginario el tema del conflicto. Es una forma de cambiar (de mudar) la
percepción de la guerra y de las instituciones militares en el caso de que este
proceso de paz salga a flote (seja bem sucedido). Entre líneas (Nas
entrelinhas) se puede leer como que está anticipando algunos cambios que pueden
venir. La idea – aclaró – es que toda la institucionalidad esté al unísono con
el cierre del conflicto.”
Entrevista: Patricio Porta.
RESPALDO CUBANO AO DIÁLOGO
El presidente de Cuba, Raúl Castro, destacó los avances en Colombia para
alcanzar la paz, calificó de significativos los acuerdos alcanzados en las
conversaciones entre el gobierno de Colombia y las Fuerzas Armadas
Revolucionarias de Colombia (FARC) y saludó el diálogo exploratorio con el
Ejército de Liberación Nacional (ELN) para iniciar otro proceso de paz. “Nunca
antes ese país había avanzado tanto en la dirección de alcanzar la paz”,
sostuvo Castro en un discurso ante la Asamblea Nacional, en el Palacio de
Convenciones de La Habana, donde tienen lugar, desde 2012, las negociaciones
entre el gobierno de Juan Manuel Santos y el grupo insurgente. El mandatario
cubano indicó que, a solicitud de las partes, Cuba se mantendrá como uno de los
dos países garantes (garantidores) del proceso, papel que comparte (compartilha)
con Noruega, y ofrecerá todas las facilidades necesarias para el desarrollo de
los diálogos (para o desenvolvimento dos diálogos).
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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