Santos pediu desculpas aos camponeses por ter negado a força da greve nacional agrária de 2013 (Foto: EFE/Página/12) |
Santos e Zuluaga fizeram promessas
de melhoras na área rural: o mandatário e o uribista encerraram suas campanhas para
a votação do domingo com uma mensagem ao campesinato. Santos prometeu subsídios
para a compra de fertilizantes e mais investimento; Zuluaga disse que reduzirá
os custos e melhorará a infraestrutura.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 9
O
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o opositor Oscar Iván Zuluaga encerraram
ontem suas campanhas para a eleição, em segundo turno, do próximo domingo.
Ambos estiveram no departamento (estado) Boyacá, no centro do país, onde expressaram
ante um grupo de camponeses suas promessas de melhorias para a área rural no caso
de vitória. Os produtores agropecuários reclamam melhores condições para sua
atividade e realizaram duas grandes greves massivas, uma entre agosto e setembro
de 2013, e outra entre abril e maio deste ano. Santos, que busca se reeleger,
esteve em Sogamoso, enquanto o direitista Zuluaga visitou Tunja, a capital de
Boyacá. Os dois candidatos vestiram “la ruana”, um poncho típico das regiões frias
do país.
Santos,
candidato pela coalizão Unidade Nacional, pediu desculpas aos camponeses por ter
negado a força da greve nacional agrária de 2013, que paralisou grande parte
das estradas do país. “A tal paralisação nacional
agrária não existe. Me
equivoquei ao pronunciar estas palavras, quis dizer outra coisa diferente do
que realmente disse e eu por isso pedi desculpas e volto a pedir desculpas, eu
me equivoquei”, manifestou o chefe de Estado.
O mandatário
prometeu subsídios para a compra de fertilizantes e mais investimentos no
campo, que “esteve abandonado por séculos”, reconheceu, ainda que tenha assegurado
que seu governo havia multiplicado o orçamento para o setor. Nesse sentido,
anunciou que a cada unidade agrícola familiar será entregue um subsídio de
500.000 pesos (uns 265 dólares) para a compra de fertilizantes, um dos insumos
que, segundo os camponeses, mais encarece os custos da produção.
Por seu lado,
Zuluaga, o delfim do ex-presidente Álvaro Uribe pelo partido Centro
Democrático, firmou um documento com promessas para o setor agrário. “O campo é
o único caminho para se lograr a paz na Colômbia e será minha prioridade na
proposta de governo, por isso lhes digo que a Casa de Nariño (sede do governo)
será a casa de todos os camponeses colombianos”, afirmou o opositor. As promessas
firmadas estão vinculadas à redução dos custos de produção, melhoras de
infraestrutura, capacitação dos camponeses e impulso às associações de produtores.
Além disso, o candidato uribista prometeu “recuperar o diálogo social” para que
não volte a ocorrer “esse doloroso espetáculo que a Colômbia deu com as greves
e os protestos” camponeses. De
Boyacá, Zuluaga foi a Nariño, outro estado agrícola do
sudoeste do país, enquanto que Santos se dirigiu a Rionegro,
município próximo a Medellín.
Continua em espanhol:
La campaña de la segunda
vuelta (do segundo turno) estuvo marcada por las discusiones en torno del
proceso de paz del gobierno con las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia
(FARC), que el sábado anunciaron un nuevo cese del fuego unilateral entre hoy y
el 30 de junio. El Ejército de Liberación Nacional (ELN) – que participó con
las FARC en el cese del fuego de la primera vuelta (no cessar-foto do primeiro
turno) – anunció ayer (ontem) que esta vez no silenciará sus fusiles, aunque
prometió que no hará acciones contra el proceso electoral. El ELN no bajará sus
armas, porque hacerlo de manera unilateral “es utilizado por las fuerzas
armadas del Estado para sacar ventajas militares (para tirar vantagens
militares)”.
Tres sondeos (sondagens, pesquisas) dieron ganador a Santos (43,4 a 38,5
por ciento de los votos según la firma Cifras y Conceptos, 41,9 a 37,7 por
ciento según Datexco y 48,5 a 47,7 por ciento según Gallup); otra vaticinó el éxito
de Zuluaga (49 a 41 por ciento, según Ipsos). Zuluaga ganó la primera vuelta
con 29,25 por ciento contra 25,69 por ciento de Santos, con más de 60 por
ciento de abstención.
Iván Marulanda, titular del proyecto “Preparémonos para la paz”, afirmó
que un cambio de figura presidencial trabaría (uma mudança da figura
presidencial travaria) las negociaciones con las FARC y el país regresaría al
peor escenario de la confrontación. “Si el ganador de la elección es Santos,
las negociaciones de La Habana entrarán en la recta final sin contratiempos y
estaremos refrendando los acuerdos en pocos meses; esa otra etapa no será
fácil, pero ya estaremos en el punto de no retorno”, aseguró el dirigente, que
desde 2012 trabaja en busca de acuerdos para la Colombia del posconflicto. En
cambio (Ao contrário), si gana el opositor, dijo Marulanda, el proceso se
detendrá por completo mientras (enquanto) el nuevo gobierno revisa lo que se ha
acordado hasta ahora en La Habana. “Luego se reanudarán las negociaciones en
dos pistas (Depois as negociações serão retomadas em duas pistas): una,
renegociando lo negociado, porque con seguridad muchas de las cosas acordadas
(que no conocemos porque son confidenciales) son inaceptables para la extrema
derecha que representa Zuluaga”, auguró (previu).
Tradução:
Jadson Oliveira
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