Clara López lidera a coalizão do Polo Democrático Alternativo (PDA) e a União Patriótica (Foto: EFE/Página/12) |
A ex-candidata Clara López, que
obteve 15% dos votos no primeiro turno, anunciou que vai votar “pela paz”. Já o
presidente candidato anunciou que, se consegue ser reeleito e chegar ao acordo
de paz com a guerrilha, acabará com o serviço militar obrigatório. Assinalou
que não concorda que membros das FARC possam se incorporar ao exército.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 5
O
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou ontem que se consegue ser
reeleito no segundo turno acabará com o serviço militar obrigatório caso se
chegue ao pacto de paz com a guerrilha, o que na sua opinião pode acontecer
ainda neste ano. “Logo que finalize o
conflito termina o serviço militar obrigatório, que somente é feito pelos mais
pobres e mais vulneráveis”, declarou o presidente. Santos agregou que ao invés
de serem recrutados pelas forças militares, os jovens terão que prestar um
“serviço social” que todos, sem importar o nível sócio-econômico, deverão exercer
de maneira obrigatória.
Enquanto
isso, a ex-candidata da coalizão de esquerda, Clara López, a quarta colocada nas
eleições do último dia 25, anunciou seu voto no segundo turno pela reeleição do
presidente. “De maneira consciente e autônoma quero anunciar que vou votar pela
paz na pessoa do presidente Juan Manuel Santos”, disse.
A cada ano
são recrutados pelo exército uns 80.000 jovens e 40.000 mais por parte da marinha
e da força aérea. “O exército colombiano hoje em dia é um dos que têm mais
experiência e efetividade na guerra de guerrilhas, por isso logo que terminemos
esta guerra de 50 anos temos que mudar um pouco o paradigma e voltar a ter um exército
mais convencional”, expôs o presidente numa entrevista à rádio Blu. Na Colômbia,
os homens que aos 18 anos queiram começar a trabalhar ou se matricular na
universidade devem obter um documento expedido pelos militares, chamado
“libreta militar”. Geralmente, os filhos das famílias endinheiradas e que têm contatos
com o poder costumam obter esse documento para seus filhos, de forma que boa
parte dos soldados são filhos de famílias sem influências ou de colégios pobres
ou de classe média.
“Podemos
dizer hoje com orgulho que temos as forças armadas mais fortes de nossa história
e vamos mantê-las assim em matéria de equipamentos e de capacidade, mas seu treinamento
e sua missão vão variar porque já não terão de se manterem durante meses procurando
guerrilheiros, perseguindo as FARC, vamos reorientar sua energia e capacidade”,
enfatizou Santos.
Não
obstante, ele se mostrou em desacordo com a possibilidade de incorporação ao exército
de membros das FARC, no caso dum final feliz do processo de paz. “Não se contemplou
isso e não creio que se contemple”, disse Santos ao responder sobre a proposta apresentada
pelo prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, que foi integrante do Movimento 19 de
Abril (M-19), grupo guerrilheiro que assinou a paz em 1990. “Todos os que querem
fazer a paz podem apresentar propostas. Do prefeito até o empregado mais
humilde da prefeitura”, disse Santos, após insistir que o tema das forças
armadas não está em discussão em Cuba.
O segundo
turno da eleição presidencial será realizado no próximo dia 15 e os dois
candidatos - Santos pelas forças governistas e Oscar Iván Zuluaga, pelo partido
uribista Centro Democrático -, segundo as pesquisas, se mantêm num empate
técnico. O diálogo de paz iniciado pelo governo de Santos com as FARC se converteu
numa bandeira política entre os que defendem o processo e os que se opõem, estes
encabeçados por Zuluaga, o delfim político do ex-presidente Álvaro Uribe
(2002-2010).
Continua
em espanhol:
López, quien en las últimas elecciones lideró la coalición del Polo
Democrático Alternativo (PDA) y la Unión Patriótica (UP) – que obtuvo un 15,23
por ciento –, aseguró ayer (ontem) que apoyará a Santos. En una conferencia de
prensa (Numa entrevista coletiva à imprensa) explicó su respaldo al actual
mandatario como un espaldarazo para “garantizar la paz” y “consolidar una
democracia profunda”, pero descartó formar parte de un eventual gobierno ya que
el PDA estará durante los próximos años “en la oposición”.
Con este apoyo, López hace valer la libertad de voto que ofreció el PDA
a sus militantes al decidir que, como partido, no iba a apoyar a ninguno de los
candidatos. López se unió así a su ex compañera de fórmula (de chapa) vicepresidencial,
Aída Avella (UP), que la semana pasada había anunciado el apoyo de su partido
“al candidato que ha abierto los diálogos” con las FARC. Con los apoyos de
López y de la UP, así como del alcalde (do prefeito) de Bogotá, Santos se
aseguró el respaldo de gran parte de la izquierda colombiana gracias a los
diálogos de paz. Este apoyo se podría ampliar cuando Marcha Patriótica,
movimiento liderado por la ex senadora Piedad Córdoba, confirme la constitución
de un frente para la paz formado por dirigentes izquierdistas de varios
sectores.
Previo a los resultados de la primera vuelta (Antes dos resultados do
primeiro turno), la campaña careció de debates y desbordó en denuncias. Una
acusación sobre vínculos con narcotraficantes hizo renunciar a la campaña de
Santos al asesor Juan José Rendón y la detención del hacker Andrés Sepúlveda,
que juntaba datos para boicotear el proceso de paz, complicó a Zuluaga.
En ese contexto, se conoció ayer el arresto de otro hacker (se soube
ontem da prisão de outro hacker), llamado Daniel Bajaña, capturado en el valle
del Cauca, quien admitió que interceptó comunicaciones al ex vicepresidente
Francisco Santos, que trabajó tres semanas con Sepúlveda y que renunció por los
pedidos que recibió para entrar en cuentas de correo electrónico.
Tradução:
Jadson Oliveira
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