Euforia
de 2007, quando foi anunciado que o Brasil sediaria a Copa do Mundo, deu lugar
a um sentimento de pessimismo em 2014 (Foto: Opera Mundi) |
Talvez a beleza e os resultados do futebol
brasileiro sejam a melhor vacina disponível para desfazer a narrativa
catastrófica que foi deliberadamente construída
Por Breno Altman, de São Paulo, no portal Opera Mundi, de 12/06/2014 – 06h00 (Atualizado
às 11h39)
Quando foi anunciado, nos idos de 2007, que o maior país dos trópicos sediaria o campeonato mundial de futebol em 2014, as ruas brasileiras se encheram de alegria e festa. Era desejo antigo e profundo: ser anfitrião da competição mais proeminente do esporte que marca a identidade nacional, quase sete décadas depois de ter sucumbido ao Uruguai na tragédia de 1950, conhecida como Maracanazo.
Quando foi anunciado, nos idos de 2007, que o maior país dos trópicos sediaria o campeonato mundial de futebol em 2014, as ruas brasileiras se encheram de alegria e festa. Era desejo antigo e profundo: ser anfitrião da competição mais proeminente do esporte que marca a identidade nacional, quase sete décadas depois de ter sucumbido ao Uruguai na tragédia de 1950, conhecida como Maracanazo.
O estado de
ânimo entre os brasileiros, naquele momento, também colaborou para o clima de
euforia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro ano de seu segundo
governo, liderava um projeto capaz de retirar milhões de cidadãos da miséria, impulsionar
um crescimento potente da economia, reduzir a desigualdade social e afirmar o
país como nação protagonista no cenário mundial.
Apesar da avaliação de que o Brasil teria de enfrentar muitos obstáculos para viabilizar o evento e já se preparar para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, as recompensas pela ousadia pareciam generosas. A Copa do Mundo poderia se configurar em ferramenta para reforçar a imagem internacional, ampliar o fluxo turístico, acelerar investimentos em infraestrutura e modernizar tanto os equipamentos esportivos quanto os sistemas de transporte.
O país abre as portas para o espetáculo, porém, tomado pelo mau humor e a desconfiança. De nacionais e estrangeiros. Por que, afinal, a felicidade de 2007 cedeu ao pessimismo de 2014? O que levou ao envenenamento da Copa do Mundo, pensada como vitrine das mudanças comandadas pelo Partido dos Trabalhadores de Lula e Dilma Rousseff desde 2003?
A primeira razão dessa guinada negativa talvez possa ser encontrada na confluência entre a perda de ritmo nos avanços sócio-econômicos a partir de 2010 e as turbulências provocadas pelo ambicioso projeto para o Mundial de Futebol.
Apesar da avaliação de que o Brasil teria de enfrentar muitos obstáculos para viabilizar o evento e já se preparar para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, as recompensas pela ousadia pareciam generosas. A Copa do Mundo poderia se configurar em ferramenta para reforçar a imagem internacional, ampliar o fluxo turístico, acelerar investimentos em infraestrutura e modernizar tanto os equipamentos esportivos quanto os sistemas de transporte.
O país abre as portas para o espetáculo, porém, tomado pelo mau humor e a desconfiança. De nacionais e estrangeiros. Por que, afinal, a felicidade de 2007 cedeu ao pessimismo de 2014? O que levou ao envenenamento da Copa do Mundo, pensada como vitrine das mudanças comandadas pelo Partido dos Trabalhadores de Lula e Dilma Rousseff desde 2003?
A primeira razão dessa guinada negativa talvez possa ser encontrada na confluência entre a perda de ritmo nos avanços sócio-econômicos a partir de 2010 e as turbulências provocadas pelo ambicioso projeto para o Mundial de Futebol.
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