Mais de 500 militantes do MST ocuparam a Rádio Xodó, no Sertão sergipano (Foto: Portal Vermelho) |
Nesta
quarta-feira (25), cerca de 500 militantes do MST ocuparam a emissora de
rádio Xodó FM na cidade de Nossa Senhora da Glória (Alto Sertão de
Sergipe). Os trabalhadores rurais denunciaram a forma difamatória e
insultante com a qual Anselmo Tavares, locutor do Jornal da Xodó, trata
as ações dos movimentos sociais na região, cobrando o direito à
resposta.
Por Mariana Serafini, para a Rádio Vermelho - reproduzido do Portal Vermelho, de 26/06/2014
Segundo Gileno Damascena, da direção estadual do MST, o Jornal da
Xodó vem tratando há tempo as questões das lutas pela terra e pela
moradia de forma incorreta e preconceituosa, chegando a chamar de
“corjas” os trabalhadores rurais do MST.“Hoje, exercemos o nosso direito de dialogar com a sociedade”, disse Gileno. “A emissora de rádio beneficia de uma concessão pública. Ela deve ser aberta a toda a sociedade. Mas quando difama a ação dos movimentos sociais, a rádio Xodó descumpre sua função social. É isto que estamos denunciando”, explicou o dirigente.
Para José Borges Sobrinho, dirigente do MST em Glória, a discriminação sistemática dos movimentos sociais pelo Jornal da Xodó é mais uma consequência da concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas e ricas famílias e grupos políticos. “Este ato reforça a necessidade de lutar pela democratização dos meios de comunicação no Brasil”, ressaltou.
Diante da recusa do locutor, os manifestantes ocuparam a rádio. Após uma negociação dentro do estúdio, em presença da Polícia Militar, os integrantes do MST conquistaram o direito à palavra ao vivo durante trinta minutos.
Vários militantes destacaram o papel positivo da ação do MST na região do Alto Sertão sergipano, tendo conseguido, em 30 anos de luta, dividir a terra outrora monopolizada por grandes latifundiários, gerando uma fonte de renda por milhares de famílias camponesas e desenvolvendo a economia da região.
Enquanto os líderes falavam ao vivo no programa Jornal da Xodó, fora do estúdio os manifestantes celebravam a cultura nordestina com forró pé de serra e canções populares. Frases denunciando Anselmo Tavares como “pistoleiro da comunicação” e reivindicando a “democratização da mídia” foram pichadas nas paredes da rádio. Após o final do programa, os manifestantes se retiraram.
Fonte: MST
Link para ouvir no final do texto áudio do programa radiofônico no Portal Vermelho:
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