Juan Manuel Santos (Foto: Página/12) |
Logo que se instalou no Palácio
Nariño, deu um golpe de timão e passou de falcão a compor relações com a
Venezuela e o Equador e, secretamente, a buscar negociar com as duas guerrilhas
que atuam desde 1964.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de 16/06/2014
O
presidente Juan Manuel Santos tentará passar à história como o líder que logrou
a paz com a guerrilha depois de cinco décadas de conflito armado, se chegam ao
acordo os diálogos de paz que seu governo iniciou com as FARC e estão por se
instalar com o ELN (Exército de Libertação Nacional). Neoliberal em matéria
econômica, Santos fez a grande aposta política de sua carreira na busca da paz,
ainda que um grande número de colombianos se manifeste insatisfeito com sua
gestão em temas como saúde, educação e segurança. Estes temas empanaram uma eleição
que se acreditava ganha quando anunciou, em meados de 2012, as negociações com
as FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –, que aspirava que fossem
fechadas antes destas eleições.
Santos chegou
à presidência em 2010 com o respaldo vital de seu antecessor, o ultradireitista
Álvaro Uribe, de quem foi ministro da Defesa, porém logo que se instalou no Palácio
Nariño deu um golpe de timão e passou de falcão a compor relações com a
Venezuela e o Equador e, secretamente, a buscar negociar com as duas guerrilhas
que atuam desde 1964. Como titular da Defesa levou a cabo duros golpes contra
as FARC até descabeçar sua direção e fez frente ao escândalo dos “falsos
positivos”, como ficaram conhecidas as execuções extrajudiciais realizadas pelo
exército, que matou milhares de civis e os fez passar por guerrilheiros para apresentá-los
como êxitos militares.
Santos,
bogotano de 62 anos, vem duma família de tradição política porque seu avô,
Eduardo Santos, foi presidente de 1938 a 1942 pelo Partido Liberal e sua endinheirada
família, antiga dona do jornal El Tiempo, sempre esteve vinculada ao poder. Estudou
Economia e Administração de Empresas na Universidade de Kansas, Estados Unidos,
e obteve um Mestrado em Administração Pública da Universidade de Harvard, mas em
sua juventude o mandato familiar o levou ao jornalismo, tendo ocupado o cargo
de subdiretor do El Tiempo.
Já na
vida política, em 1991 foi designado pelo liberal César Gaviria como ministro
de Comércio Exterior e impulsionou acordos comerciais com distintos países, e
durante o governo do conservador Andrés Pastrana (1998-2002) encabeçou o Ministério
da Fazenda, em plena crise econômica.
Continua
em espanhol:
En 1994 creó la Fundación Buen Gobierno con el objetivo de abrir un
espacio de debate para encontrar una línea intermedia en términos políticos y
económicos entre el capitalismo y el socialismo. Así, Santos empezó (começou) a
defender la tesis de la denominada tercera vía, y escribió con el ex premier
británico Tony Blair La Tercera Vía: una alternativa para Colombia, en 1999. En
2004 se apartó del liberalismo para respaldar a Uribe y se sumó al Partido de
la U, la fuerza que ganó las elecciones en 2006 y 2010, al que hoy sigue
perteneciendo.
Asumió la Jefatura del Estado el 7 de agosto de 2010, cuando aseguró que
tenía “la llave de la paz” y que la usaría cuando se dieran las condiciones.
Dos (Dois) años después, en 2012, hicieron públicos los diálogos secretos con
las FARC para establecer un plan de negociaciones de paz, que sigue en marcha
en La Habana. En octubre de 2012, informó a la población que se le había
detectado un cáncer de próstata, del que fue operado con éxito.
A la par de la recomposición de relaciones con Venezuela y Ecuador,
Santos congeló un convenio militar con Estados Unidos por el que se iba a poner
a disposición de ese país siete bases militares. No obstante, cerró el Tratado
de Libre Comercio (TLC) con el gobierno de Barack Obama y lo celebró durante la
Cumbre de las Américas en Cartagena de Indias. Entre sus iniciativas más
destacadas está la Ley de Víctimas y Restitución de Tierras, que rubricó en
2011 junto al secretario general de la ONU, Ban Ki-moon, y el Marco Jurídico
para la Paz, base legal para estructurar el postconflicto, que será largo y
complejo (longo e complexo) en un país con desigualdades históricas.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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