A guerrilha do ELN, segunda em importância na Colômbia, se soma ao processo de paz em plena campanha presidencial (Foto: Página/12) |
Num comunicado conjunto com o
governo, a guerrilha anunciou que negociam desde janeiro: a quatro dias da
votação em segundo turno, as duas partes reconheceram que ainda estão “numa
fase exploratória”. A agenda inclui reparações para as vítimas e a participação
dos futuros ex-guerrilheiros na sociedade.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 11
O governo
da Colômbia anunciou ontem (terça-feira, dia 10) o início dum processo de paz
com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda do país depois
das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). As negociações se desenvolveram
após uma fase exploratória de quatro meses e com uma agenda a discutir que está
sendo ainda definida. A quatro dias do segundo turno da eleição para definir quem
será o presidente nos próximos quatro anos, as duas partes reconheceram que embora
ainda estejam “numa fase exploratória de conversações que se iniciou em janeiro”,
na agenda se incluirão acordos para reparar as vítimas e para a participação dos
futuros ex-guerrilheiros na sociedade. O presidente Juan Manuel Santos
comemorou o início do processo e disse que este novo diálogo, além do que já
existe com as FARC, “é a melhor garantia para o país de que o conflito
terminará para sempre e que nunca, nunca mais, vai se repetir”.
“As
delegações e o ELN expressam à Colômbia e à comunidade internacional a vontade
recíproca de continuar com a fase exploratória que permita acordar uma agenda e
estabelecer uma mesa de conversações para chegar à assinatura dum acordo
final”, diz o comunicado conjunto de seis pontos difundido na terça-feira pelo
governo, e que anunciou antes a ex-senadora Piedad Córdoba, líder de
Colombianos e Colombianas pela Paz (CCP), encarregada do anúncio por parte do
grupo guerrilheiro.
No texto,
as partes prometeram que “darão a conhecer periodicamente e de comum acordo os
avanços e resultados desta fase exploratória”, e agradeceram aos governos do
Brasil, Chile, Cuba, Equador, Noruega e Venezuela pela “boa vontade e o
compromisso que expressaram no acompanhamento e garantias deste processo”.
Por seu lado,
Santos assegurou que o anúncio se fez na terça-feira, a poucos dias das eleições,
porque o processo de Havana com as FARC entrou na sua fase final. “A
responsabilidade política deste processo de paz recai sobre meus ombros, sobre
os de ninguém mais. Este processo integral de paz que envolve as FARC e agora o
ELN é a melhor garantia para as vítimas e para o país de que este conflito
terminará para sempre”, enfatizou o mandatário depois do anúncio.
Continua
em espanhol:
A pesar de que el jefe de Estado no reveló detalles de este nuevo ciclo,
señaló que no habrá cese al fuego (cessar-fogo) ni despeje de zonas y que se realizará en el
exterior para garantizar la imparcialidad. “Lo que yo pretendo, quiero y aspiro
es terminar esta guerra con los dos grupos”, destacó Santos, quien insiste en que
necesita “un período más para lograr la paz”.
“Hay que tener claro que el conflicto es sólo uno y por eso el proceso
para poner fin al conflicto es uno”, argumentó el presidente. Santos añadió (acrescentou)
que “hasta tanto no queden acordadas todas las condiciones necesarias” no se
dará el siguiente paso: “Una mesa formal de conversaciones con este grupo”.
En tanto, la ex candidata del Partido Conservador y jefa de campaña de
Zuluaga, Marta Lucía Ramírez, tildó (classificou) de “oportunista” el anuncio
de Santos y el ELN. “Cuando viene de parte del jefe de Estado obedece a un
oportunismo que verdaderamente se siente como una manipulación que da asco”,
declaró. “¿Será que al ELN también lo van a dejar que siga atentando contra la
infraestructura petrolera del país, será que va a tener licencia para seguir
reclutando niños mientras que (enquanto) están conversando con el gobierno de
Santos? La paz no es de Juan Manuel Santos, sino de un país que tiene que
avanzar en negociaciones mientras haya (enquanto haja) transparencia en las
condiciones de ese diálogo”, agregó Ramírez, quien consideró que la verdadera
paz se logra con justicia.
Las versiones sobre un probable inicio de diálogo con el ELN se
potenciaron hace meses cuando comenzaron a cerrarse los primeros puntos en la
agenda del proceso de paz con las FARC en Cuba. En esa línea, se especuló con
que Uruguay podía ser el lugar donde se realicen las negociaciones porque el
presidente José Mujica manifestó en varias ocasiones su disposición a colaborar
en el fin al conflicto armado y ofreció su país como sede de nuevas
conversaciones de paz.
Meses atrás, el máximo líder del ELN, Nicolás Rodríguez, alias (codinome)
Gabino, había insistido en su intención de iniciar un proceso de paz como el
que protagonizan desde 2012 el gobierno de Santos y las FARC en Cuba. Sin
embargo (No entanto), una serie de condiciones, entre las que estaba la
liberación de todos los secuestrados, había frenado el diálogo con esa
guerrilla de 2.000 integrantes. A pesar de los acercamientos, a finales de 2013
Gabino había manifestado que no resultaba “fácil dialogar frente a un gobierno
reaccionario, y neoliberal.”
Tradução:
Jadson Oliveira
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