Juan Manuel Santos foi reeleito neste domingo presidente da Colômbia (Foto: Agência EFE/Opera Mundi) |
Mandatário
superou Óscar Iván Zuluaga, candidato do ex-presidente Álvaro Uribe e vencedor
do primeiro turno (Observação deste Evidentemente: venceu a opção pela continuidade dos diálogos em busca da paz com as guerrilhas)
Por Opera Mundi - de São Paulo, de 15/06/2014 – 18h55 (atualizada às 19h42)
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, foi reeleito neste domingo (15/06) para um novo mandato de quatro anos. Ele superou Óscar Ivan Zuluaga, o candidato que venceu o primeiro turno e era apoiado pelo senador e ex-presidente Álvaro Uribe.
Com 99,38% dos votos apurados, Santos obteve 50,9% dos sufrágios (7.784.916 votos), contra 45,04% (6.888.639) de Zuluaga. Votos em branco são levados em consideração na votação e, por esse motivo, a soma dos votos dos dois candidatos não alcança 100%.
A participação foi inferior a 50%: de acordo com o boletim divulgado às 19h08 (horário de Brasília), o índice de comparecimento às urnas foi de 47,74%. O número, no entanto, é maior do que no primeiro turno, que foi de 40,17%.
A campanha terminou centrada nas negociações de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), conduzidas pelo governo Santos. Enquanto o presidente defendia a manutenção das conversas, Zuluaga se mostrava contra, apesar de, neste segundo turno, ter voltado atrás e dito que poderia conversar com a guerrilha sob bases estritas. A reeleição do atual presidente pode ser interpretada, também, como uma vitória das negociações.
Um debate, realizado na última terça-feira (10/06), mostrou o nível de embate que o tema trazia entre os candidatos. O candidato apadrinhado pelo ex-presidente Álvaro Uribe afirmou que Santos traiu o país ao aceitar negociar com a guerrilha. O mandatário, ex-ministro de Uribe, foi eleito com o apoio do político conservador, que defende o fim do conflito armado pela via das armas – ou seja, com o extermínio da insurgência. “Você foi eleito com estas ideias e em quatro anos enganou milhões de colombianos. Por que mudou?”, questionou Zuluaga.
Santos, por sua vez, defendeu sua gestão que estaria “transformando o país” com uma “política de jogo limpo”. E disse que a paz de Zuluaga é a que “foi negociada com os paramilitares, que foi uma paz para perdoar os assassinos, mas quando começaram a dizer a verdade, os extraditaram por medo”. Referindo-se a uma peça publicitária de sua campanha que provocou polêmica no país, o presidente candidato afirmou que os pais não querem enviar seus filhos para a guerra.
Entre as diferenças sobre a resolução do conflito, Santos considera ser necessário reconhecer a existência de um conflito armado: “sem isso, é impossível encontrar uma solução” com dimensão política, afirmou. Zuluaga, por sua vez, considera que nada disso é necessário e defende “uma paz negociada” com a condição de que as FARC aceitem suspender as ações armadas, posição rechaçada pela guerrilha.
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