COLÔMBIA: DURO DEBATE SOBRE A PAZ E A IMPUNIDADE



Presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição (Foto: Página/12)
Segundo turno presidencial no próximo domingo: Zuluaga e Santos se enfrentaram na televisão

Do jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 12

Os candidatos à presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos e Oscar Iván Zuluaga, protagonizaram um duro debate a poucos dias do segundo turno eleitoral do próximo domingo, especialmente em temas como a paz, a economia e o campo. O presidente Santos, candidato à reeleição pela coalizão Unidade Nacional, disse que “há uma diferença abismal” entre ele e Zuluaga quanto à paz, porque seu rival, do movimento Centro Democrático, se nega a reconhecer a existência dum conflito armado no país e assim é impossível buscar uma solução.

Diferentemente dos debates anteriores, no da segunda-feira à noite –organizado pelo jornal El Tiempo e a W Rádio e transmitido pelo canal Citytv – os concorrentes se mostraram mais agressivos, principalmente Zuluaga, a quem Santos instou várias vezes a manter a calma. “A extrema direita não quer conhecer a verdade”, lançou o presidente-candidato. Santos defendeu o processo de paz iniciado por seu governo em novembro de 2012 com a guerrilha, em Cuba, enquanto Zuluaga insistiu que “as FARC devem se submeter à Justiça e ponto”.
Oscar Iván Zuluaga, candidato do ex-presidente Álvaro Uribe (Foto: Página/12)
O candidato uribista (cria de Álvaro Uribe) reiterou suas teses de que num processo de paz com as FARC não deve haver impunidade, ao sublinhar que “a Justiça é a base para que haja paz, verdade e reparação às vítimas”. Por seu lado, Santos criticou o processo de paz com as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, paramilitares) do governo de Álvaro Uribe (2002-2010), no qual “os responsáveis pelos assassinatos foram perdoados e quando começaram a falar a verdade, foram extraditados” para os Estados Unidos.

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Zuluaga alegó que quienes se sometieron a la Ley de Justicia y Paz “están pagando cárcel” y recordó que cuando Santos era ministro de Defensa de Uribe defendió esa desmovilización de paramilitares que ahora critica. “No se vaya a lavar las manos frente al país. Usted se eligió con unas ideas. Sea coherente”, apuntó Zuluaga. El candidato del Centro Democrático expresó que si es elegido presidente buscará una paz “sin impunidad”, a diferencia de lo que, según dijo, defiende Santos.

“Yo nunca he hablado de impunidad. Deje de decir que estamos negociando una paz con impunidad porque eso no es cierto”, respondió Santos, quien acusó a sus opositores de propagar “una sarta de mentiras” con el fin de “envenenar el proceso” de paz. El mandatario también aseguró que las Fuerzas Armadas no se verán perjudicadas por el proceso de paz y dijo que son “monolíticas y optimistas con el futuro” a pesar de los constantes rumores sobre disconformidad de esa institución. “A las Fuerzas Armadas no las vamos a debilitar como están diciendo algunos”, afirmó Santos.

En el punto de economía y política social, Zuluaga lo criticó por desmarcarse del anterior gobierno y le señaló que fue elegido en 2010 “para solucionar problemas a los colombianos”, algo que a su juicio no ha hecho. El candidato opositor insistió en que al hablar de resultados económicos y sociales, Santos presenta “un país de maravillas que no convence porque la realidad es otra”. Aseguró que el presidente-candidato está “desesperado” porque “no ganó ni siquiera la primera vuelta (o primeiro turno)”, celebrada el pasado 25 de mayo, en la que Zuluaga obtuvo un apretado triunfo.

La discusión subió de tono al debatir los problemas del sector agrario, cuando Zuluaga acusó a Santos de incumplir las promesas hechas a los campesinos en las huelgas recientes (nas greves recentes). “No diga boberías (Não diga bobagens). Cálmese un poco, estamos aburridos (aborrecidos) de tanta agresividad”, respondió Santos, quien al final definió a Zuluaga como “un candidato agresivo que no respeta las diferencias”.

Tradução: Jadson Oliveira

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