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Do portal Nodal – Notícias da América Latina e Caribe, de 30/05/2014
O governo de Barbados prevê a realização de vários encontros e debates para apresentar à população os argumentos da demanda que os povos do Caribe farão contra a Europa pelos crimes da escravidão.
Segundo informou o comitê nacional que coordena a luta, os debates são para sensibilizar a população com as bases éticas e legais do pedido de compensação pelos efeitos negativos do colonialismo.
Vários grupos de intelectuais, juristas, historiadores e especialistas da sociedade civil de todo o Caribe trabalham há meses nos documentos probatórios da demanda.
Recentemente, o Comitê Ministerial de Reparações da Comunidade do Caribe (Caricom) comentou que se pôs em marcha também um grupo de trabalho sobre o tema, que será levado à agenda internacional a partir do debate nas Nações Unidas.
A Caricom aprovou um plano de 10 pontos para reclamar aos governos do Reino Unido, Espanha, França, Portugal e Países Baixos uma compensação adequada pela escravidão e o genocídio perpetrado contra os povos originários e os africanos trazidos a esta região.
O organismo regional celebrou em setembro último uma reunião conjunta em São Vicente e Granadinas para debater a estratégia a seguir para reclamar tal compensação.
A demanda obedeceu a um acordo da cúpula da Caricom realizada em Porto Espanha (capital de Trinidad e Tobago) em julho de 2013, quando os líderes regionais acordaram criar comissões de reparação em cada um dos 15 países membros do bloco.
Ainda que a cifra esteja em debate, se estima que ao redor de 12 milhões de pessoas foram sequestradas na costa ocidental da África, entre os séculos 16 e 18, e transportadas em navios negreiros europeus para as colônias da América, onde foram submetidas a maus-tratos e trabalhos forçados.
A Caricom é representada legalmente na disputa pelo renomado escritório de advocacia britânico Leigh Day & Co, que logrou em 2013 que o Reino Unido reconhecesse haver torturado mais de 5 mil rebeldes duma guerrilha queniana (do país africano Quênia) na década de 1950.
Tradução: Jadson Oliveira
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