O ministro argentino da Defesa, Agustín Rossi, se reuniu com o presidente do Uruguai, José Mujica, e lhe agradeceu o apoio (Foto: Página/12) |
A decisão do juiz estadunidense
gerou declarações de apoio ao país: o presidente da Venezuela reiterou seu “mais
firme apoio” ao governo argentino. Também houve declarações do Uruguai, do
Brasil e de organismos regionais como a Cepal e a Aladi.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 27
As
últimas novidades no conflito entre os fundos-abutre e a Argentina pela cobrança
de bônus da dívida (parte da dívida não negociada) concitou um massivo e
contundente apoio regional à posição defendida pelo governo da presidenta
Cristina Fernández de Kirchner: durante as últimas horas os governos do Uruguai,
Brasil, Venezuela, além de organismos regionais como a Aladi (Associação
Latino-americana de Integração) e a Cepal (Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe), repudiaram a decisão do Poder Judiciário dos Estados Unidos
de sentenciar em favor dos fundos de investimento pondo em risco a reestruturação
da dívida.
O
presidente uruguaio, José Mujica, recebeu ontem o ministro da Defesa argentino,
Agustín Rossi, e reiterou seu “firme apoio e solidariedade” nesta causa, o que ele
já havia manifestado publicamente um dia antes. Do encontro também participou o
ministro da Defesa desse país, Eleuterio Fernández Huidobro, que expressou sua
“solidariedade à Argentina” ante o que chamou um “golpe do crime organizado” e
“do sistema financeiro” globalizado. “Nos pode acontecer a qualquer um de nós”,
afirmou o ministro.
Por seu lado,
o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, emitiu também um comunicado no qual
rechaça de forma categórica “a sentença judicial externa, favorável a um reduzido
grupo especulativo que se nega à reestruturação da dívida soberana da República
Argentina”. No texto, Maduro denuncia “uma tendência de obstaculizar e limitar a
capacidade dos Estados Soberanos na consolidação e busca de acordos com seus credores”,
colocando em risco “a estabilidade e soberania financeira dos países”.
Ademais,
Maduro “exige o respeito à soberania e independência financeira dos governos e
povos da região”, que são “vítimas destes mecanismos a nível mundial”, e reconhece
“a vocação da Argentina de continuar honrando seus compromissos financeiros” negociados
“com mais de 92% de seus credores”. Finalmente, o mandatário venezuelano
reitera seu “mais firme apoio” a CFK, “a seu governo e ao grande povo
argentino”.
Continua
em espanhol:
En términos similares se expresó ayer (ontem) el embajador brasileño
ante las Naciones Unidas, Antonio Patriota, en el marco de un plenario de esa
organización. “Es necesario mirar con cuidado las implicaciones de lo que está
sucediendo con la deuda (dívida) argentina, porque podrían repercutir en la
comunidad financiera global – sostuvo el ex canciller -. Este caso ilustra que
un comportamiento irresponsable, especulativo y moralmente cuestionable, con
impactos destructivos y sistémicos para la arquitectura financiera
internacional, puede ser perfectamente legal.”
Pero no sólo los gobiernos de la región se manifestaron públicamente en
favor de la posición argentina en este caso. Ayer (Ontem), la Asociación
Latinoamericana de Integración (Aladi) rechazó por unanimidad la actitud de los
fondos buitre (fundos-abutre) y expresó su respaldo al Gobierno. En la sesión
participó por primera vez el nuevo representante argentino ante ese organismo,
el ex jefe de Gabinete (equivalente no Brasil a ex-ministro-chefe da Casa Civil)
Juan Manuel Abal Medina, que destacó la importancia de “consolidar una posición
común desde América latina” por este tema.
Por último, la secretaria ejecutiva de la Comisión Económica para
América Latina y el Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, advirtió que el fallo (a
sentença) de los tribunales neoyorquinos “atenta” contra la estabilidad del
sistema financiero global. Para la chilena, el litigio entre Argentina y los
holdouts es “un caso testigo (um caso exemplar) para la comunidad internacional”,
que “pone de manifiesto un vacío legal que debería dar lugar a una reforma en
la normativa internacional que permita proteger el bien común del afán de
ganancias (lucros) extraordinarias de las minorías”.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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