Durante os oito anos de FHC houve 20 operações especiais contra a corrupção e lavagem de dinheiro, enquanto só no ano de 2012 houve 292 (Foto: Internet) |
O que explica a maior capacidade da PF em combater a corrupção é fundamentalmente a estrutura sistêmica de combate à corrupção construída nos últimos anos.
Desde
o início do governo Lula e durante o governo Dilma, os grandes meios de
comunicação empresarial do país têm praticado uma implacável e sistemática
censura no plano editorial, opinativo e informativo sobre o amplo, contínuo e
inovador trabalho de construção de um sistema de combate à corrupção no Estado
brasileiro. Esta censura absurda e implacável ao maior esforço republicano
anti-corrupção da história do país serve na medida ao discurso da oposição
neoliberal de que nunca houve tanta corrupção no Brasil e que o PT é o partido
mais corrupto. Este ensaio é dedicado a todos os brasileiros que nestes anos
foram e continuam sendo injustamente caluniados como corruptos.
Veja
como a mídia manipula o “efeito percepção".
Por Juarez Guimarães, no portal Carta Maior, de 02/06/2014
Em 2012, a
Polícia Federal realizou 292 operações especiais contra a corrupção e a lavagem
de dinheiro. Em todos os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, foram
realizadas apenas 20 operações especiais. O que explica a maior capacidade da
Polícia Federal em combater a corrupção é fundamentalmente a estrutura
sistêmica de combate à corrupção construída durante os governos Lula e Dilma.
Mas quando se divulgam as notícias destas operações isoladamente – e quase
sempre de modo sensacionalista -, o sentimento que se tem é que a corrupção
teve um aumento explosivo no Brasil.
Para os estudiosos da área, trata-se do “efeito percepção”: como fenômeno oculto, a corrupção só é percebida quando combatida. Quando mais se combate, mais ela aparece. Em uma ditadura, quando os mecanismos republicanos de combate à corrupção não mais existem, pode parecer que não há mais corrupção quando ela atingiu o grau máximo. Um governo que é omisso no combate à corrupção pode parecer perfeitamente republicano embora seja corroído por fortes teias de corrupção.
Com base neste “efeito percepção” nos últimos doze anos foi construída uma narrativa de que a corrupção nunca esteve tão alta no Brasil e que o PT é o partido mais corrupto. Esta narrativa pode ser bem documentada nos artigos publicados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desde os inícios de 2005. E tem sido diariamente repetida pela esmagadora maioria das empresas de comunicação do país.
Foi com base nesta narrativa que se construiu a legitimidade política para a aplicação da excepcional e midiática jurisprudência do Superior Tribunal Federal na Ação Penal 470. É com base ainda neste juízo que se procura legitimar as excepcionais medidas punitivas e sua extraordinária aplicação aos réus condenados pelo STF. É ainda apoiado centralmente nesta narrativa que veio se expandindo nos últimos anos o anti-petismo como discurso do ódio na sociedade brasileira.
A estratégia midiática foi desde sempre priorizar, principalizar, dar exclusividade e ênfase aos casos de corrupção que envolveram petistas nestes anos. Mas, vistos no conjunto, estes casos constituem uma parte mínima dos casos apurados. Os outros, principalmente os que atingem o PSDB e seus partidos aliados, são relegados a um obscuro segundo plano.
Esta estratégia seletiva é, no entanto, a parte menor da distorção da informação, da opinião e da edição produzida. O mais importante tem sido a censura implacável e sistemática à divulgação de um conjunto de iniciativas e ações que, desde o primeiro governo Lula até agora, construíram no Brasil o maior sistema de combate à corrupção em nossa história republicana.
Trata-se de uma censura porque a sistemática não publicação destas notícias não pode ser explicada pelo fato de que a corrupção tem sido um assunto menor ou marginal na agenda das grandes empresas de comunicação. É exatamente o contrário do que ocorreu. Além disso, são informações públicas, cujo sentido e avaliação têm sido apresentados didaticamente em muitos fóruns públicos, nacionais e internacionais. Enfim, o mais grave: trata-se de uma censura editorial, isto é, decidida por quem controla a edição política dos jornais, revistas, televisões e rádios.
Para os estudiosos da área, trata-se do “efeito percepção”: como fenômeno oculto, a corrupção só é percebida quando combatida. Quando mais se combate, mais ela aparece. Em uma ditadura, quando os mecanismos republicanos de combate à corrupção não mais existem, pode parecer que não há mais corrupção quando ela atingiu o grau máximo. Um governo que é omisso no combate à corrupção pode parecer perfeitamente republicano embora seja corroído por fortes teias de corrupção.
Com base neste “efeito percepção” nos últimos doze anos foi construída uma narrativa de que a corrupção nunca esteve tão alta no Brasil e que o PT é o partido mais corrupto. Esta narrativa pode ser bem documentada nos artigos publicados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desde os inícios de 2005. E tem sido diariamente repetida pela esmagadora maioria das empresas de comunicação do país.
Foi com base nesta narrativa que se construiu a legitimidade política para a aplicação da excepcional e midiática jurisprudência do Superior Tribunal Federal na Ação Penal 470. É com base ainda neste juízo que se procura legitimar as excepcionais medidas punitivas e sua extraordinária aplicação aos réus condenados pelo STF. É ainda apoiado centralmente nesta narrativa que veio se expandindo nos últimos anos o anti-petismo como discurso do ódio na sociedade brasileira.
A estratégia midiática foi desde sempre priorizar, principalizar, dar exclusividade e ênfase aos casos de corrupção que envolveram petistas nestes anos. Mas, vistos no conjunto, estes casos constituem uma parte mínima dos casos apurados. Os outros, principalmente os que atingem o PSDB e seus partidos aliados, são relegados a um obscuro segundo plano.
Esta estratégia seletiva é, no entanto, a parte menor da distorção da informação, da opinião e da edição produzida. O mais importante tem sido a censura implacável e sistemática à divulgação de um conjunto de iniciativas e ações que, desde o primeiro governo Lula até agora, construíram no Brasil o maior sistema de combate à corrupção em nossa história republicana.
Trata-se de uma censura porque a sistemática não publicação destas notícias não pode ser explicada pelo fato de que a corrupção tem sido um assunto menor ou marginal na agenda das grandes empresas de comunicação. É exatamente o contrário do que ocorreu. Além disso, são informações públicas, cujo sentido e avaliação têm sido apresentados didaticamente em muitos fóruns públicos, nacionais e internacionais. Enfim, o mais grave: trata-se de uma censura editorial, isto é, decidida por quem controla a edição política dos jornais, revistas, televisões e rádios.
Não censurar
estas informações seria comprometer pela base a narrativa das oposições. O
brasileiro certamente construiria o juízo de que o que houve e está havendo não
é o aumento da corrupção, mas o crescimento sistêmico do combate à corrupção no
Brasil. E que os governos liderados pelo PT – sem a menor sombra de dúvida -
foram exatamente os que mais contribuíram para o combate à corrupção em toda a
história do Brasil.
O ensaio continua contando a construção do sistema de combate e prevenção à corrupção, a partir da criação da Controladoria Geral da União (CGU) e da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), e o destaque internacional da ação realizada nesta área pelos governos petistas desde 2003. Clicar para continuar a leitura na Carta Maior:
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