VENEZUELA: A POLÍCIA DESALOJA QUATRO ACAMPAMENTOS DOS OPOSITORES VIOLENTOS



Os policiais detiveram 243 estudantes opositores numa gigantesca operação em Caracas (Foto: AFP/Página/12)
O governo de Maduro desalojou quatro acampamentos de protestos em Caracas argumentando que nos locais eram preparados “atos terroristas” e apreendeu “drogas, armas, explosivos”. Eram a cara visível dos restos dos protestos iniciados em fevereiro e que deixaram, segundo cifras atualizadas ontem pela Procuradoria Geral da República, 41 mortos, 800 feridos e quase 150 casos investigados de abusos policiais. O principal líder opositor Henrique Capriles repudiou a ação policial de ontem.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 9 (o título acima é deste blog)

A polícia venezuelana deteve ontem 243 estudantes opositores numa gigantesca operação noturna contra os últimos redutos dos protestos iniciados em fevereiro. O governo do presidente Nicolás Maduro indicou que o deslocamento de mais de mil agentes anti-motim para desalojar quatro acampamentos de protestos em Caracas – o maior em frente dos escritórios da ONU – estava justificado porque nos locais eram preparados “atos terroristas”.

“Tínhamos evidências de que desses lugares estavam saindo os grupos mais violentos para cometer atos terroristas: incendiar viaturas da polícia, enfrentar com bombas molotov e com armas os corpos de segurança”, disse o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres. Ele informou ademais que um dos acampamentos desmantelados foi organizado por “elementos do Vontade Popular”, o partido liderado pelo dirigente encarcerado Leopoldo López.

“A operação foi iniciada às 3 da madrugada. Se planejou um trabalho para levantar estes acampamentos, dado que tínhamos evidências de que desses locais estavam saindo os grupos mais violentos para cometer atos terroristas, incendiar as cabines do Metrô, incendiar viaturas da polícia, enfrentar com bombas molotov e com armas os corpos de segurança”, declarou Rodríguez Torres. Precisou que foram quatro os acampamentos alvos da operação e desmantelados na capital. “Em Santa Fé atuou a Guarda do Povo de maneira limpa com detidos. Na Francisco de Miranda, onde estava o maior número de barracas, atuou o Componente Regional Nº 5, comandado pelo comandante da GNB (Guarda Nacional Bolivariana) Justo Noguera, de surpresa. Na Alfredo Sadel atuou a GN, e na Praça Bolívar, de Chacao, o acampamento foi levantado pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB)”, agregou.

Nas operações foram “apreendidos drogas, armas, explosivos, morteiros, granadas lacrimogêneas e tudo o que utilizam diariamente para enfrentar os corpos de segurança”, afirmou o ministro. O despejo ocorreu poucas horas depois que o governo anunciara a postergação para a semana seguinte duma nova reunião com a oposição – da qual somente aceitou participar o setor moderado da aliança opositora, denominada Mesa da Unidade Democrática (MUD).

Continua em espanhol:

“Es impresionante la cantidad de drogas que se consiguió en este sitio. La policía de Chacao, ayer (ontem) nos pasaba la novedad que mientras (enquanto) estaban recogiendo la basura (o lixo) en la avenida Francisco de Miranda, fueron agredidos por elementos de este campamento en donde resultó herido un funcionario de Chacao”, comunicó Rodríguez Torres. Asimismo, indicó otra de las irregularidades que se produjo en el campamento localizado en la plaza Bolívar de Chacao, uno de los bastiones del antichavismo desde febrero (fevereiro): “La noche de ayer (ontem) cuando dos (dois) menores estaban jugando (brincando) con alcohol, uno quemó al otro y tuvo que ser llevado al hospital con una quemadura inmensa en la espalda (nas costas)”. El ministro añadió (acrescentou) que las personas que residían en los campamentos no mostraron resistencia a la detención, pues “el factor sorpresa fue fundamental”. Las evidencias serán presentadas ante los tribunales correspondientes para que se “impute a quien se tenga que imputar y se tomen las medidas desde el punto judicial”.

Según la abogada y activista de los derechos humanos Elenis Rodríguez, “muy pocos jóvenes pudieron escapar a la arremetida. Los detenidos fueron trasladados algunos a la sede de la PNB y otros a (la unidad militar de) Fuerte Tiuna”. Estos campamentos eran la cara visible de los últimos restos de las protestas iniciadas en febrero y que han dejado, según cifras actualizadas ayer (ontem) por la fiscalía (pela Procuradoria), 41 muertos, 800 lesionados y casi 150 casos investigados de abusos policiales.

Repúdio de Capriles

La detención de los estudiantes fue repudiada por el principal líder opositor y gobernador del estado de Miranda, Henrique Capriles. “Esta madrugada ocurrieron unos hechos que tenemos que condenar. Llevarse a estudiantes detenidos no está bien. Quien actúa en la oscuridad sabe que algo sucio (sujo) está perpetrando”, denunció el ex candidato presidencial en un encuentro con docentes. “Sorprende el despliegue (o deslocamento) de fuerza implementado por el gobierno nacional”, afirmó por su lado un comunicado de la MUD, que reclamó la “inmediata liberación de los jóvenes estudiantes detenidos”.

Ramón Muchacho, alcalde (prefeito antichavista) de Chacao – municipio metropolitano de Caracas en donde acampaban parte de los jóvenes detenidos –, exigió a las autoridades “garantizar los derechos humanos y el debido proceso” a los jóvenes detenidos. Asimismo, aseveró que “no hay elementos para mantener a los estudiantes privados de libertad”.

Por otra parte, ayer (ontem) fue suspendida la audiencia judicial que debía decidir el eventual enjuiciamiento (julgamento) de López, detenido desde febrero en una cárcel militar.

Tradução: Jadson Oliveira

Observação do Evidentemente: Conforme informações que este blog vem publicando frequentemente, não parece adequado tratar os manifestantes simplesmente como estudantes.

Recentemente a Procuradoria declarou que de mais de 100 manifestantes mantidos presos, somente 7% eram estudantes.

E segundo o jornalista Aram Aharonian, autor de artigo que venho publicando em partes aqui no Evidentemente (hoje publico a 5ª. e última parte), apenas um terço dos manifestantes vinha se revelando estudantes. A maioria era formada por sicários – paramilitares, franco-atiradores e delinqüentes.

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