Patricia de Ceballos, mulher do destituído prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, deposita seu voto durante as eleições deste domingo, dia 25, na Venezuela (Foto: Reuters/La Jornada) |
Nos dois feudos tradicionalmente
opositores, as mulheres dos prefeitos presos lograram vitórias mais folgadas do
que as conseguidas por seus maridos em dezembro.
Por AFP – traduzido do sítio web do jornal
mexicano La Jornada, de 25/05/2014
De San
Cristóbal (estado de Táchira-Venezuela) - As mulheres dos dois prefeitos opositores venezuelanos
destituídos e encarcerados faz dois meses, acusados de apoiar os protestos
contra o presidente Nicolás Maduro, ganharam por ampla maioria as eleições
deste domingo para sucedê-los nas prefeituras de San Cristóbal (estado de Táchira,
no oeste) e de San Diego (estado de Carabobo, norte).
Em San
Cristóbal, berço dos protestos, onde votaram 121 mil 212 pessoas, a mulher de
Daniel Ceballos, Patricia de Ceballos, logrou 73,62%, enquanto que seu concorrente
Alejandro Méndez, um advogado de 33 anos do governista Partido Socialista Unido
da Venezuela (PSUV), ficou com um tímido 25,52%.
Em San
Diego, onde votaram 60 mil 500 pessoas, a mulher de Enzo Scarano, Rosa de
Scarano, ganhou com um folgado 87,68% dos votos, enquanto que o candidato governista
Alexis Abreu conseguiu somente 11,63%, segundo o primeiro boletim parcial
divulgado pela junta municipal eleitoral.
Nestes dois
feudos tradicionalmente opositores, as mulheres dos prefeitos presos lograram
vitórias mais folgadas do que as conseguidas por seus maridos em dezembro, o
que muitos consideram uma clara mensagem de repúdio às detenções ordenadas pela
Justiça venezuelana.
A abstenção
em San Cristóbal foi de 41%, enquanto que em San Diego foi de 36%.
Daniel
Ceballos e Enzo Scarano haviam ganho com folga as eleições municipais de dezembro
último (com 67% e 75,24% dos votos), mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
convocou novas eleições para este domingo depois que, em março, foram
condenados a um ano e a 10 meses de prisão, respectivamente, por sua suposta
responsabilidade nos piores protestos enfrentados por Maduro em seu primeiro ano
de governo.
As ruas
próximas ao comando de campanha de Patricia de Ceballos, em Bairro Obero
(centro desta cidade fronteiriça com Colômbia) se congestionaram com os automóveis
e centenas de pessoas que celebraram com fogos de artifício a vitória
opositora.
Tradução: Jadson Oliveira
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