Na quinta (08), forças de segurança da Venezuela desmontaram acampamentos organizados por opositores (Foto: Agência EFE/Opera Mundi) |
Operação que desmantelou ocupação havia
prendido 243 jovens na quinta (08); 208 foram liberados pela Justiça
venezuelana
Por Luciana Taddeo, de Caracas, no portal Opera Mundi, de 11/05/2014
A Venezuela libertou mais 156 manifestantes presos na operação que desmantelou acampamentos opositores mantidos contra o governo de Nicolás Maduro, na madrugada da última quinta-feira (08/05). Dos 243 detidos no procedimento, o número de libertados sobe para 208.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério Público do país, 109 pessoas que acampavam diante da sede do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em Chacao, e 47 em uma praça no município de Baruta, também na região de Caracas (Chacao e Baruta são dois dos cinco municípios que compõem a capital), receberam medidas cautelares e deverão se apresentar periodicamente aos tribunais. Em 15 casos se solicitou ao tribunal tratamento médico para “plena recuperação quanto ao consumo de drogas”.
Nas audiências concluídas na noite deste sábado (10/05), onze pessoas receberam medida de privação de liberdade, por supostamente estarem envolvidas em crimes como porte ilícito de arma de fogo, incitação à desobediência das leis, uso de adolescente para delinquir, danos à propriedade privada, posse de substâncias incendiárias, entre outros.
A cifra foi confirmada por Lilia Camejo, diretora da organização Foro Penal Venezuelano, que dá assistência aos detidos. “Libertados 156 detidos hoje com diferentes medidas cautelares, 11 jovens ficam privados de liberdade no Sebin [Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional]”, escreveu em sua conta de Twitter.
Mais cedo, 36 manifestantes presos no acampamento em uma praça de Chacao, município que concentrou a maior parte dos protestos em Caracas, somaram-se aos 16 que já tinham sido libertados. Segundo a organização Foro Penal, há 161 pessoas privadas de liberdade desde o início das manifestações, em fevereiro.
Após a
operação para desmantelar as barracas, o ministro do Interior do país, Miguel
Rodríguez Torres, afirmou que dos acampamentos estavam saindo grupos violentos
para atentar contra bens públicos e enfrentar as forças de segurança com
coquetéis molotov e armas. De acordo com ele, drogas, armas, explosivos,
morteiros, entre outros itens foram confiscados.
Na
quinta, forças de segurança atuaram para impedir corte de avenidas e barricadas
utilizando bombas de gás lacrimogêneo e perdigões (balas de borracha ou
plástico). Dois efetivos da Polícia Nacional Bolivariana foram baleados e um
deles, Jorge Colina, de 27 anos, morreu após ser atingido por um tiro no
pescoço.
Neste
sábado, detetives da polícia científica revistaram apartamentos de dois
edifícios na região em que se registraram os disparos para determinar a posição
do atirador durante o assassinato. De acordo com o jornal local El
Universal (diário privado antichavista), a investigação determinou que o
autor do disparo estava no terceiro andar de um dos edifícios.
O
assassinato do policial eleva para 42 a cifra de mortes relacionadas aos
protestos, além de mais de 800 feridos.
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