Os chanceleres Holguín, Patiño e Figueiredo, mediadores do diálogo, viajarão no domingo a Caracas (Foto: EFE/Página/12) |
O diálogo se posterga até a
chegada dos chanceleres da Unasul: enquanto a Mesa da Unidade Democrática exige
a libertação de opositores encarcerados, o governo assegura que o objetivo do
antichavismo é conseguir uma medida humanitária para um comissário acusado de
participar do golpe de 2002.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 16
Os três chanceleres
de Unasul (União das Nações Sul-americanas) que atuam como mediadores no
diálogo entre o governo e a oposição da Venezuela chegarão ao país neste
domingo. A quarta rodada de conversações entre as partes, que buscam superar a
crise política e os protestos desatados no início de fevereiro, foi postergada ontem
e é “provável” que se realize no mesmo dia em que os chanceleres cheguem a
Caracas, informaram fontes do governo e da oposição. A suspensão da reunião foi
implicitamente comunicada por fontes das chancelarias do Brasil e Colômbia, ao
anunciar que seus titulares, Luiz Figueiredo e María Angela Holguín – dois dos quatro
“testemunhos de boa fé” do processo, junto ao chanceler equatoriano Ricardo
Patiño e o núncio apostólico em Caracas, monsenhor Aldo Giordano –, não viajariam
ontem.
“É provável
que se dê a reunião no domingo à tarde; ainda não está confirmada, mas é a
informação que temos até este momento”, disse o secretário executivo adjunto da
Mesa da Unidade Democrática – MUD, que reúne 29 partidos opositores –, Ramón
Medina, segundo publicou o jornal Últimas Notícias (diário privado de maior
circulação no país). As conversações entre as partes, que se iniciaram em 10 de
março, foram suspensas unilateralmente pela direção da MUD, que denunciou uma
falta de compromisso por parte dos governistas.
A aliança
opositora quer integrar o movimento estudantil ao diálogo e exige a libertação
de opositores encarcerados, como o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo
López. Enquanto isso, a procuradora geral Luisa Ortega Días informou que desde
12 de fevereiro até ontem tinham sido detidas nas manifestações 252 pessoas,
incluídos 12 agentes de segurança por violações aos direitos humanos.
Continua
em espanhol:
“Aspiramos a que los cancilleres de Brasil, Colombia y Ecuador y el
nuncio, en su condición de mediadores, hagan (façam) ver al gobierno que, si
tiene interés en que el diálogo prospere, hay que tomar decisiones y cambiar (e mudar) la actitud”, expresó Ramón José
Medina, secretario ejecutivo adjunto de la MUD. Además, sostuvo que la
liberación del ex comisario Iván Simonovis, que la oposición considera un preso
político, sería un “punto de honor” (ponto de honra) para la coalición
opositora, según publicó el diario caraqueño El Universal (jornal privado
radicalmente antichavista).
Por su parte, la diputada oficialista (governista) Carmen Bohórquez
aseguró a Página/12 que el único objetivo de la MUD es conseguir una medida
humanitaria para Simonovis. “La oposición concurrió al diálogo con un objetivo
concreto: pedir la liberación de políticos presos que violaron leyes,
asesinaron personas y cometieron delitos”, aseveró. “Simonovis dirigió la
represión que mató a un sinnúmero de personas durante el golpe contra Hugo
Chávez en 2002”, señaló la diputada, quien agregó que el ex comisario no tiene
ninguna enfermedad terminal que justifique su puesta en libertad.
Bohórquez confirmó que el gobierno del presidente Nicolás Maduro no se
levantará de la mesa de diálogo y acusó a parte de la oposición de querer ganar
tiempo. “La oposición piensa que a través de lo que van a contarles a los
cancilleres de la Unasur, el gobierno le dará un auxilio humanitario a
Simonovis”, dijo. También destacó las contradicciones del secretario ejecutivo
de la MUD, Ramón Guillermo Aveledo. “Ellos no han estado muy interesados en el
diálogo. Aveledo dijo el domingo que se estaba avanzando y que próximamente iban
a liberar a Simonovis. Como eso no ocurrió, a los dos días cambió de opinión (em
dois dias mudou de opinião)”, explicó. En estas condiciones, la diputada
admitió que el diálogo “puede durar años”.
Informe: Patricio Porta.
Tradução:
Jadson Oliveira
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