PT OUVE LULA E ACRESCENTA MARCO REGULATÓRIO DA MÍDIA EM PROGRAMA DE GOVERNO



Lula com Padilha, seu candidato a governador de São Paulo (Foto: Correio do Brasil)
Entre as principais diretrizes está a proposta de “combater monopólios” e promover e proteger os direitos humanos por meio da regulação dos veículos de imprensa, “sem que isso implique em censura, limitação ou controle de conteúdos”.

Por Correio do Brasil, de São Paulo, de 27/05/2014

A versão impressa com as últimas diretrizes do Partido dos Trabalhadores que servirão de base para o programa de governo da presidente Dilma Rousseff, caso ela seja reeleita em outubro, começou a circular nesta terça-feira e traz os pontos apresentados durante o 14º Encontro Nacional do PT, no início de maio. Os temas foram novamente discutidos e definidos em reunião da Executiva Nacional do partido, na véspera. Na apresentação do documento não faltam críticas indiretas aos dois principais pré-candidatos da oposição: Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB: “A proposta de um novo ciclo de mudanças constitui a melhor resposta aos que tentam manipular as legítimas aspirações de mudança do povo brasileiro, propondo o retorno aos tempos dos governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso. Constitui também a melhor forma de desmascarar quem tenta se apresentar como ‘terceira via’, mas concilia com os interesses neoliberais”, diz o texto.

O encontro da direção nacional do PT, comandado pelo presidente Rui Falcão, promoveu a leitura do texto original, recebeu propostas e ganhou uma versão atualizada com projetos em diversas áreas. Entre eles, no campo dos direitos humanos, a revisão da Lei da Anistia incluindo punição para os crimes praticados por agentes do Estado durante a ditadura militar e continuidade do apoio à Comissão da Verdade, criada no governo Dilma. As diretrizes reforçam a ideia de realizar uma Constituinte exclusiva para a reforma política, como propôs a presidente Dilma no ano passado, após as manifestações de junho, e continua defendendo em discursos recentes. Segundo a mandatária brasileira, a reforma não será concluída sem a pressão e a participação da sociedade. Ainda sobre a reforma política, o PT propõe o fim de doações de empresas às campanhas eleitorais.

Entre as principais diretrizes do documento está a proposta de “combater monopólios” e promover e proteger os direitos humanos por meio da regulação dos veículos de imprensa, “sem que isso implique em censura, limitação ou controle de conteúdos”. O secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela (DF), defende que, na prática, haja uma “ampla participação social” e que o debate inclua todos os segmentos, inclusive o da mídia. Há, ainda, propostas para o crescimento da produtividade, infraestrutura e reforço no combate à pobreza e à desigualdade, como mais espaços de lazer e cultura e soluções para os problemas da mobilidade urbana. Segundo Magela, as diretrizes ainda serão discutidas com os partidos que estarão na aliança e com a própria presidente Dilma Rousseff.

Plena campanha

Na véspera, à tarde, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu a presença no noticiário desta terça-feira ao se reunir, na capital paulista, com os principais pré-candidatos ao governo do Estado pela legenda do PT. Encontraram-se com Lula a senadora Gleisi Hoffmann, do Paraná, Alexandre Padilha, de São Paulo, Fernando Pimentel, de Minas Gerais, e o governador Tarso Genro, do Rio Grande do Sul. Eles conversaram sobre a situação política em cada Estado. 

Na semana passada, Lula se encontrou com Lindberg Farias, pré-candidato do PT no Rio de Janeiro, e no dia 12 deste mês, Lula esteve na Bahia, com Rui Costa, pré-candidato do PT ao governo do estado. Antes de embarcar para a Bolívia, no último dia 21, Lula também conversou com Delcídio do Amaral, no Mato Grosso do Sul. Lula e a presidenta Dilma Rousseff estarão juntos na próxima sexta-feira à noite em ato promovido pelo PT em Belo Horizonte para promover a candidatura de Pimentel em Minas, que tem chances reais de derrotar os tucanos, no Estado de onde partirá a candidatura à Presidência da República, com o senador Aécio Neves.

Comentários