Para Natália Szermeta, do MTST, as manifestações querem "uma fatia do bolo que não está chegando para a periferia e para os trabalhadores"
Por André Cristi e Natália Natarelli,
no portal Carta Maior, de 23/05/2014
Representantes
de categorias em greve e movimentos sociais negam que manifestações e
paralisações estejam acontecendo somente por causa da Copa do Mundo e que
tenham como objetivo desgastar o governo da presidenta Dilma Rousseff.
Entretanto, assumem que o megaevento realça as contradições de um país que
financia estádios e obras bilionários, incentiva a especulação imobiliária e continua
com sérios problemas de infraestrutura e serviços públicos.
"Estamos sendo atacados e chamados de oportunistas, de usar a Copa para fazer luta. Quero reforçar que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) faz luta e coloca essas pautas há muito tempo. Nós não achamos que seja oportunismo e menos ainda nossa intenção é derrubar ou diminuir a popularidade do governo Dilma. E muito menos alavancar qualquer candidatura de direita. Nós estamos tentando conseguir uma fatia do bolo que está sendo distribuído para todos e não está chegando para a periferia e para os trabalhadores", disse Natália Szermeta, uma das lideranças do MTST.
O maior falseamento que se pode fazer da situação do país é negligenciar a eclosão de greves, paralisações e manifestações, principalmente nos grandes centros urbanos: greve de policiais militares em Pernambuco, professores do estado, do município e rodoviários do Rio de Janeiro, 15 mil operários das obras da Petrobrás em Cubatão, professores da rede estadual de Minas Gerais e da prefeitura de Belo Horizonte, paralisações da Justiça Federal em mais de 5 estados, greve nacional da polícia civil nesta quarta-feira, 21, entre muitas outras mobilizações.
Nesta semana, São Paulo foi palco de novos atos dos professores municipais e do MTST e foi pega de surpresa pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus que pararam a cidade terça e quarta-feira (20 e 21) apesar de seu sindicato. Além disso, funcionários, professores e estudantes da Universidade de São Paulo declararam greve geral para a próxima semana e os metroviários sinalizaram que também podem parar na próxima terça-feira.
Algumas categorias, como os professores e funcionários em greve do Rio de Janeiro, decidiram apoiar explicitamente os atos contra a Copa, inclusive se incorporando a eles. Para Tarcísio Motta, ex-diretor do Sindicato Estadual dos Professores de Educação do RJ (Sepe) e professor do Colégio Pedro II (em greve), "os gastos da copa e os desmandos da Fifa evidenciaram o papel dos governos enquanto parceiros dos lucros do grande capital, enquanto os problemas estruturais da população brasileira não são enfrentados. A greve dos Garis, dos operários do Comperj, dos rodoviários estão inseridas nesta conjuntura e abrem a possibilidade real de conquistas históricas para os movimentos sociais”.
Outras categorias decidiram pautar a mobilização independente da relação com o megaevento. Os professores municipais de São Paulo disseram que, de acordo com o calendário, estão na data-base de reivindicação de aumento salarial. “O nosso movimento não é contra a Copa, é pela educação. Tanto que dia 14, na assembleia que realizamos, foi votado que nos incorporássemos à manifestação na Paulista e 95% dos presentes foi contra. Lógico que nós não ignoramos as atitudes do governo que deferiu investimentos de recursos públicos na construção de estádios. Eu comparo, lógico. A prefeitura deu 420 milhões para construção do Itaquerão, para a Odebrecht. Com esse dinheiro daria para construir 210 escolas de Educação Infantil”, disse Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Professores do Ensino Municipal de SP).
"Estamos sendo atacados e chamados de oportunistas, de usar a Copa para fazer luta. Quero reforçar que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) faz luta e coloca essas pautas há muito tempo. Nós não achamos que seja oportunismo e menos ainda nossa intenção é derrubar ou diminuir a popularidade do governo Dilma. E muito menos alavancar qualquer candidatura de direita. Nós estamos tentando conseguir uma fatia do bolo que está sendo distribuído para todos e não está chegando para a periferia e para os trabalhadores", disse Natália Szermeta, uma das lideranças do MTST.
O maior falseamento que se pode fazer da situação do país é negligenciar a eclosão de greves, paralisações e manifestações, principalmente nos grandes centros urbanos: greve de policiais militares em Pernambuco, professores do estado, do município e rodoviários do Rio de Janeiro, 15 mil operários das obras da Petrobrás em Cubatão, professores da rede estadual de Minas Gerais e da prefeitura de Belo Horizonte, paralisações da Justiça Federal em mais de 5 estados, greve nacional da polícia civil nesta quarta-feira, 21, entre muitas outras mobilizações.
Nesta semana, São Paulo foi palco de novos atos dos professores municipais e do MTST e foi pega de surpresa pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus que pararam a cidade terça e quarta-feira (20 e 21) apesar de seu sindicato. Além disso, funcionários, professores e estudantes da Universidade de São Paulo declararam greve geral para a próxima semana e os metroviários sinalizaram que também podem parar na próxima terça-feira.
Algumas categorias, como os professores e funcionários em greve do Rio de Janeiro, decidiram apoiar explicitamente os atos contra a Copa, inclusive se incorporando a eles. Para Tarcísio Motta, ex-diretor do Sindicato Estadual dos Professores de Educação do RJ (Sepe) e professor do Colégio Pedro II (em greve), "os gastos da copa e os desmandos da Fifa evidenciaram o papel dos governos enquanto parceiros dos lucros do grande capital, enquanto os problemas estruturais da população brasileira não são enfrentados. A greve dos Garis, dos operários do Comperj, dos rodoviários estão inseridas nesta conjuntura e abrem a possibilidade real de conquistas históricas para os movimentos sociais”.
Outras categorias decidiram pautar a mobilização independente da relação com o megaevento. Os professores municipais de São Paulo disseram que, de acordo com o calendário, estão na data-base de reivindicação de aumento salarial. “O nosso movimento não é contra a Copa, é pela educação. Tanto que dia 14, na assembleia que realizamos, foi votado que nos incorporássemos à manifestação na Paulista e 95% dos presentes foi contra. Lógico que nós não ignoramos as atitudes do governo que deferiu investimentos de recursos públicos na construção de estádios. Eu comparo, lógico. A prefeitura deu 420 milhões para construção do Itaquerão, para a Odebrecht. Com esse dinheiro daria para construir 210 escolas de Educação Infantil”, disse Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Professores do Ensino Municipal de SP).
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