Mujica, em sua chegada à Câmara de Comércio estadunidense em companhia de sua delegação (Foto: EFE/Página/12) |
Mujica convidou a investir no seu
país: diante dos empresários norte-americanos, disse que no Uruguai “não há
‘coimeros’” (de “coima” – suborno). O discurso do presidente uruguaio na Câmara
de Comércio dos Estados Unidos se centrou nos logros econômicos de seu governo e
na luta pela superação da pobreza. Mujica disse que o Uruguai terá a maior fábrica
de celulose do mundo.
José “Pepe” Mujica defendeu as
políticas econômicas do governo que preside desde 2010, ainda que algumas delas
não tenham sido muito bem recebidas entre a classe empresarial, como o aumento
do salário mínimo.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 14 (o
título acima é deste blog)
Em visita
à Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Mujica instou os empresários a
responder pela pobreza e a lutar por uma integração que permita o avanço dos
países. “Temos que ser responsáveis pelos pobres do mundo. O problema é ir aonde
está a pobreza para que haja menos pobres”, expressou o presidente. Ademais,
defendeu os sindicatos e sustentou que o Uruguai não é um país corrupto. “Não
somos muito trabalhadores, somos mais ou menos. Porém não andamos ‘coimeando’
(de ‘coima’ – suborno) o empresário que vem. Somos um
país decente.” Nesse sentido,
assegurou que os dirigentes que há no Uruguai “não se compram nem se vendem”. Nessa
linha, o presidente resumiu sua relação com o setor privado: “Somos amigos dos
empresários, mas não lhes vendemos a alma nem lhes compramos o bolso”.
O
discurso do presidente uruguaio se centrou nos logros econômicos de seu governo
e na luta pela superação da pobreza a nível mundial. Para Mujica, as
oportunidades estão “num mundo caótico”, mas “temos que lutar, lutar para
integrar este mundo inteiro e sei que custa fazê-lo, sei que custa, mas temos
que fazê-lo e nos fazer responsáveis” pelos mais necessitados. O líder da aliança
governante Frente Ampla ressaltou que seu governo começou com 39% de pobreza e
que logrou reduzi-la para 11%. Também destacou que a pobreza extrema foi reduzida
de 4,5% para 0,5%. “A coisa que mais subiu no Uruguai é o salário mínimo e é o
que dói aos empresários, porque eles lutam pela rentabilidade da empresa, mas a
obrigação do governo é obrigar a repartir para que não se tranque a economia”,
sublinhou.
Mujica assinalou
que, seja quem seja que ganhe as eleições uruguaias do final do ano, o país vai
ter a maior fábrica de celulose do
mundo, que se localizará no departamento (estado) de Cerro Largo ou muito
próxima dele. Também enfatizou que hoje “somos cada vez mais um país produtor”.
O histórico dirigente da esquerda admitiu que no princípio seu governo não via
com bons olhos a chegada de capitais estrangeiros. “Saímos dum círculo vicioso,
antes desconfiávamos do investimento externo”, disse o chefe de Estado. Faz uma
década “estávamos nos últimos lugares em matéria de investimento na América Latina
e o investimento andava por 180 milhões. Neste ano está tocando nos 3 bilhões e,
quando este governo acabar, os números serão de 4 ou 5 bilhões de dólares”, acrescentou.
Continua
em espanhol:
Frente a una selecta audiencia de empresarios, el presidente uruguayo
resaltó que el PIB del país sudamericano se ha triplicado en diez años y lleva
un crecimiento sostenido en torno del 4 por ciento en los últimos años.”Se
aprovechó una coyuntura, pero logramos mecanismos para invertir y con ello (para
investir e com isso) multiplicar la productividad, y también la
competitividad”, reafirmó Mujica, quien estuvo acompañado por el ministro de
Economía, Mario Bergara. Para el mandatario, el asunto “no es tener plata”,
sino el coraje para tomar riesgos (o assunto “não é ter dinheiro”, mas a
coragem de assumir riscos). “Antes lo sacábamos (o tirávamos), estaba en Suiza,
por ahí, ahora no. Hemos pasado de ser un país especulador a un país productor,
generador de recursos y de servicios”, destacó.
Mujica exhortó al auditorio conformado por más de un centenar de
empresarios norteamericanos a invertir (investir) en su país. “Los invito a
invertir, porque estamos en el Mercosur, muy criticado, con muchos defectos y
por momentos un desastre, pero estamos al lado de Brasil; con excelentes
relaciones políticas, económicas y sociales.” Fiel a su estilo directo agregó:
“No les den pelota a los análisis económicos, esos que se hacen de apuro (Não
deem bolas para as análises económicas, essas que se fazem apressadamente).
Piensen cómo crecen las masas en Brasil, la concentración de recursos y lo que
es este mundo”.
Mujica llegó a Estados Unidos el lunes (na segunda-feira), donde fue
recibido por su par estadounidense, Barack Obama, con quien abordó la
ampliación de los intercambios comerciales y otros temas de la agenda
bilateral, entre ellos el traslado a Uruguay de algunos presos de la cárcel de
Guantánamo. La visita de Estado de Mujica también comprendió reuniones con el
vicepresidente, Joseph Biden, y el secretario de Estado, John Kerry; además de
encuentros en la Organización de Estados Americanos (OEA) y charlas (conversações)
y conferencias con directivos (dirigentes) de centros económicos y medios de
comunicación.
Tradução:
Jadson Oliveira
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