Marta Lucía Ramírez declarou seu apoio a Zuluaga em troca da continuação das conversas de paz com as FARC (Foto: Agência EFE/Opera Mundi) |
Decisão foi chamada pelo atual presidente
colombiano, Juan Manuel Santos, de "cínica e eleitoreira"
Por Opera Mundi, de São Paulo, postagem de
29/05/2014
Óscar Iván Zuluaga, candidato “uribista” às eleições presidenciais da Colômbia e vencedor do primeiro turno, voltou atrás nesta quinta-feira (29/05) e disse que, se vencer no dia 15 de junho, continuará as conversas de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Antes, ele havia dito que suspenderia temporariamente o diálogo, realizado em Havana.
"Vamos dar continuidade às conversas, mas vamos estabelecer as condições que eu sempre propus", declarou Zuluaga à Caracol Radio. Entre as exigências do candidato à Presidência, estão um cessar-fogo com duração indefinida que contemple o fim de minas antipessoais e do recrutamento infantil, assim como a cessação dos ataques contra civis, soldados e infraestruturas energéticas.
Zuluaga não disse quanto tempo daria às FARC para que chegassem ao cessar-fogo, uma condição que sempre rejeitaram. Entretanto, ele esclareceu que havia recuado devido a um pedido da candidata do Partido Conservador, Marta Lucía Ramírez, em troca de apoio no segundo turno. Zuluaga, candidato do Centro Democrático, concorre contra o atual presidente colombiano, Juan Manuel Santos, da coalizão União Nacional.
"Um dos temas tratados [com Ramírez] foi o da paz e uma das propostas que ela defendeu foi dar continuidade do processo de Havana, com condições como excluir os menores do conflito", afirmou à rádio RCN o candidato apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe.
“Estamos fazendo um pacto pela Colômbia, é um acordo de valores, de princípios”, disse Ramírez, que obteve 15,5% dos votos no primeiro turno, ao anunciar nesta quarta-feira (28) a aliança com Zuluaga. Outros membros de seu partido apoiarão Santos.
Negociadores das conversas de paz com as FARC atingiram acordos parciais em três dos cinco tópicos que estão sendo discutidos, incluindo a reforma agrária, a participação política da guerrilha e o fim de suas ações relativas ao narcotráfico.
O atual presidente colombiano, Juan Manuel Santos, classificou a decisão de Zuluaga como "eleitoreira e cínica" (Foto: Agência EFE/Opera Mundi) |
Ao saber das declarações de seu concorrente, Santos disse que o anúncio “é bem-vindo”, mas se trata de uma posição “cínica” e “eleitoreira”. “Agora eles são amigos da paz e a favor de que as conversas continuem, apesar de impor condições impossíveis de cumprir”, afirmou o atual presidente.
Santos e Zuluaga estão tecnicamente empatados nas intenções de voto, segundo uma pesquisa publicada hoje, a primeira feita depois do primeiro turno de domingo passado (25).
A pesquisa, com margem de erro de 2,9% e realizada pelo instituto Cifras & Conceptos para a Caracol Radio e Rede + Notícias, dá a Santos 38% dos votos e Zuluaga, 37%.
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