Santos e Uribe, de aliados a ferozes adversários (Foto: Internet) |
A disputa entre o presidente Juan
Manuel Santos e o candidato do ex Álvaro Uribe – discípulo e mentor – vem se
transformando num agitado enredo de novela, onde não tem faltado munição grossa
de lado a lado. E o tiroteio deve se intensificar até o próximo dia 25, data da
votação. A continuidade ou não do processo de negociação em busca da paz com as
FARC está em jogo.
Por Mercedes López San Miguel, no jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 12
Como num
enredo de novela, a campanha eleitoral colombiana em menos duma semana contou
com renúncias dos assessores dos dois candidatos principais, a detenção dum
hacker e o testemunho dum capo do narcotráfico. O presidente Juan Manuel Santos
aspira a ganhar a reeleição no dia 25 próximo e assim continuar com o processo
de paz com as FARC, enquanto que seu férreo rival e homem do ex-presidente Álvaro
Uribe, Oscar Iván Zuluaga, promete suspender a negociação com a guerrilha, mas
nega ter querido torpedeá-la com métodos desonestos. Zuluaga, ex-ministro da Fazenda,
respalda a oposição venezuelana e critica Santos por não ter quebrado lanças
contra Nicolás Maduro.
A guerra
suja entre ambos os candidatos não parece casual: as últimas sondagens atribuem
a Santos 27% das intenções de voto, na frente de Zuluaga, com 10%, e o mais provável
é que disputem um segundo turno em 15 de junho.
É claro
que se ontem Santos e Uribe estavam unidos – discípulo e mentor –, hoje se
enfrentam numa luta enlodada. Em plena reta final, os escândalos estão na ordem
do dia, com personagens controversos como Juan José Rendón, um guru em estratégia
política, oriundo da Venezuela, antichavista, que já assessorou Santos na eleição
presidencial passada. J.J. Rendón renunciou na segunda-feira passada, depois
que a revista Semana publicou que em 2011 ele teria sido contactado pelo capo do
narcotráfico Javier Antonio Calle Serna para que mediasse numa possível entrega
de vários mafiosos à Justiça.
O grave é
que Calle Serna assegurou que entregou 12 milhões de dólares a J.J. Rendón. O jornal
El Espectador publicou uma declaração do capo narco à procuradoria, datada de
2013, na qual dizia que ele e outros colegas do crime organizado contactaram
Rendón para que levasse ao governo colombiano uma proposta para que se entregassem
e não fossem extraditados para os Estados Unidos. O guru, que assessorou campanhas
na América Latina como as de Enrique Peña Nieto – atual presidente mexicano – e
o opositor venezuelano Henrique Capriles, admitiu que teve uma reunião com os advogados
dos narcotraficantes, mas negou que tivesse recebido dinheiro.
Continua em espanhol:
No habían pasado 48 horas de la renuncia de J.J. Rendón, cuando cayó en
desgracia el director espiritual de la campaña uribista, Luis Alfonso Hoyos,
quien debió renunciar. Hace un mes, Hoyos visitó un canal de televisión en
compañía de Andrés Sepúlveda, un hacker que el martes pasado (na última
terça-feira) fue acusado y encarcelado por intentar boicotear el proceso de paz
entre el gobierno y las FARC. El directivo (O dirigente) uribista ocultó la
identidad de Sepúlveda, lo presentó ante las cámaras con un alias (com um codinome)
y dijo que era un experto en inteligencia que había trabajado con el gobierno,
con las fuerzas armadas y hasta con organismos internacionales. Cuando el espía
(o espião) Sepúlveda confesó tener información para terminar con el proceso de
paz, Hoyos tenía las horas contadas para presentar su dimisión.
En esta folletinesca historia nadie (ninguém) se salva: el hacker es
esposo de la comunicadora y actriz Lina Luna Rodríguez, quien desde enero (janeiro)
trabaja para el candidato Zuluaga en asesoría y estrategia. ¿A esta altura
desea saber cuál es el súmmum de todo esto? En el pasado, el ingeniero
Sepúlveda colaboró con el estratega J. J. Rendón.
Estas explosiones comunicacionales en ambas campañas se producen cuando
las encuestas (as pesquisas) sobre intención de voto muestran a un Santos
llevando la delantera para ganar la reelección, pero a un Zuluaga creciendo más
que los otros tres rivales (la conservadora Marta Lucía Ramírez; el candidato
de los Verdes, Enrique Peñalosa, y la aspirante del izquierdista Polo
Democrático, Clara López). Todo indica que habrá más munición gruesa entre los
santistas y los uribistas en los próximos 15 días.
Tradução:
Jadson Oliveira
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