Álvaro Uribe e seu afilhado político Oscar Zuluaga (Foto: Internet) |
Ligação de Zuluaga com a
espionagem: a sua imagem sofreu ontem um duro golpe depois que um hacker espanhol
confirmou que ele e seu mentor Álvaro Uribe sabiam do plano para sabotar o
processo de paz, segundo declarou o hacker na Procuradoria Geral.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 22
Oscar
Zuluaga está mais complicado: o hacker espanhol Rafael Revert revelou que ele estava
a par da espionagem feita a membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(FARC) e ministros do país caribenho. Deste modo, o diálogo de paz e o futuro da
guerrilha voltaram a ficar no centro da cena, na última semana da campanha
eleitoral. Zuluaga, que parece ter sentido a gravidade das denúncias contra ele,
se mostrou favorável a que, finalizado o conflito armado, as FARC possam criar
um partido político, integrado por “insurgentes rasos” (de escalões inferiores),
mas não pelos que cometeram “crimes atrozes de lesa humanidade”. O candidato do
Centro Democrático (CD) é o delfim do ex-presidente Álvaro Uribe, um ferrenho inimigo
das conversações que têm lugar em Havana, desde dezembro de 2012, entre a
guerrilha colombiana e o governo de Juan Manuel Santos.
Numa
entrevista publicada pelo jornal brasileiro Folha de S. Paulo, Zuluaga advertiu
que a União das Nações Sul-americanas (Unasul) está sob a influência de “um
castro-chavismo nefasto para a América Latina”. O candidato do CD, a quem as
sondagens para as eleições de domingo colocam num virtual empate com o
presidente Santos, assinalou que a Colômbia vai pelo caminho equivocado em matéria
de segurança e criticou o presidente. “Santos preferiu um caminho de paz
negociada sem condições, tendo como fiador fundamental o regime
castro-chavista. É preciso debilitar e desarticular os atores terroristas por
meio das instituições. Isso significa ter forças militares motivadas e que se
lancem à ofensiva”, afirmou.
Ante o
temor de que o ganhador do pleito possa romper o diálogo com as FARC, um advogado
apresentou um amparo constitucional que está em exame dum tribunal, que já enviou
uma carta aos candidatos para que se pronunciem a respeito. Santos, que busca a
reeleição para o período 2014-2018, centrou sua campanha na necessidade de que
seu governo conclua o processo de paz, o qual, segundo as denúncias, o uribismo
tentou boicotar. Ainda que num primeiro momento Zuluaga tenha dito que romperia
essas conversações, nas últimas semanas mudou de postura e se mostrou mais
partidário dum diálogo com condições: uma delas, um cessar- fogo unilateral por
parte das FARC. Com nuances, os demais candidatos presidenciais respaldam as
negociações: Enrique Peñalosa, da independente Aliança Verde; Clara López, do
centro-esquerdista Polo Democrático Alternativo e a União Patriótica; e Marta
Lucía Ramírez, do Partido Conservador.
A imagem
de Zuluaga sofreu ontem outro duro golpe depois que o hacker espanhol confirmou
que o candidato e seu chefe político, Álvaro Uribe, sabiam do plano para
sabotar o processo de paz, segundo Revert declarou ante a Procuradoria Geral,
testemunho reproduzido por alguns meios de comunicação de Bogotá. O Ministério
Público prendeu no começo deste mês o engenheiro de sistemas Andrés Sepúlveda,
acusado de interceptar contas de e-mail vinculadas às negociações levadas a
cabo em Cuba pelo governo e as FARC.
Continua
em espanhol:
El escándalo creció cuando se supo que Sepúlveda encabezaba y dirigía el
equipo de redes sociales de la campaña de Zuluaga, que primero dijo no conocer
al detenido y luego admitió que mantuvieron “alguna reunión” en su oficina (em
seu escritório). Para entonces ya se difundía un video de una charla (conversa)
entre ambos, que el candidato denunció como un montaje político. Revert, que
ahora se encuentra amparado bajo la figura del testigo protegido (sob a figura
de testemunha protegido), admitió que fue él quien grabó ese video con su
teléfono móvil, como una especie de defensa cuando se dio cuenta de que en la
oficina (no escritório) de Sepúlveda, en la que trabajaba desde comienzos de
este año, se cometían irregularidades.
El español dijo además que fue contratado por Sepúlveda para asegurar
que la campaña del candidato Zuluaga “no tuviese ningún problema de seguridad,
ni interceptaciones”, pero que pronto notó (mas que logo percebeu) las
actividades ilegales. “Movieron trabajos que supuestamente eran para gente de
la DEA (agência anti-drogas dos EUA), y por otro contacto me enteré de que no
era así. Había varias cosas que no cuadraban (não combinavam) con la historia,
porque obviamente alguien que no es militar, ni de inteligencia, no puede hacer
operaciones internacionales. En una de las computadoras había información de
inteligencia de más de seis países diferentes. Había cosas no coherentes con
una campaña presidencial en redes sociales”, dijo.
De acuerdo con Revert, la estrategia para hacer fracasar el proceso de
paz era dejarle ver a las FARC (era deixar que as FARC vissem) que estaban
siendo espiadas, para que los negociadores del grupo guerrillero pensaran (pensassem)
que el responsable era el gobierno de Santos. El ingeniero reveló que Zuluaga
tenía acceso a información confidencial de seis países latinoamericanos y que
Sepúlveda tenía ese material “parado”, pero “alardeaba” afirmando: “Yo tengo
información para poner en guerra seis países”. El testigo (A testemunha)
protegido español explicó que comerciar con estas informaciones implicaba
enormes ganancias (lucros) en el mercado negro y que por eso su jefe las
atesoraba (seu chefe acumulava tais lucros).
Tradução:
Jadson Oliveira
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