Clara López, presidente do PDA, teve 15% dos votos no primeiro turno (Foto: Prensa Latina) |
Bogotá, 30 maio (Agência Prensa
Latina) - O
Partido Polo Democrático Alternativo (PDA) descartou hoje seu apoio à reeleição
do presidente colombiano Juan Manuel Santos, nas eleições de 15 de junho
(segundo turno), e deixou a seus membros a liberdade de exercer o voto por
"consciência".
Depois de uma reunião de três horas, a presidenta desse partido político, Clara López, leu um comunicado segundo o qual cada militante "deverá decidir em quem votar, em branco ou abstenção".
"É da autonomia e consciência de cada eleitor (fazê-lo), no entendimento que o Polo é e será opositor ao programa dos dois candidatos que disputam" (Santos e Oscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático"), assinala o texto.
Simultaneamente, defende "uma paz estável e duradoura, cimentada na democracia, na justiça social e nos direitos dos colombianos e colombianas".
Também defende "a exigência da negociação do conflito interno armado com a insurgência, a presença das vítimas e um cessar-fogo que evite maior derrame de sangue no país", conclui o comunicado.
Ex-candidata presidencial por esse partido de esquerda, López ficou na quarta posição no primeiro turno das eleições de 25 de maio, com cerca de dois milhões de votos (15,23 por cento).
O congressista Iván Cepeda, do PDA, conhecido por sua luta em defesa dos direitos humanos (Foto: Internet) |
O Polo deve levar em conta o risco que corre o diálogo de paz do Governo e da guerrilha das FARC-EP instalado em Havana, disse depois de assinalar que, pessoalmente, tomou a decisão de apoiar as conversas de paz iniciadas durante o governo de Juan Manuel Santos.
Não sou santista, esclareceu, mas apoio o processo de paz.
Cepeda redobrou suas críticas contra a postura do candidato do Centro Democrático, Oscar Iván Zuluaga, cujo eventual governo significaria uma reencarnação do mandato de Álvaro Uribe (2002-2010), opinou.
Sua linha será "enterrar o processo de paz, como já o afirmou", o que entranharia um alto custo de mortes. Não quero um país militarizado e sim um país democrático, não podemos permitir um novo inferno para a Colômbia, enfatizou.
O voto que vai ser depositado no dia 15 de junho é um voto de consciência, manifestou.
União Patriótica apoia Santos pelo processo de paz
Enquanto isso, o Partido União Patriótica (UP) e o movimento político e social Marcha Patriótica acordaram ontem respaldar a reeleição do presidente Juan Manuel Santos nas urnas, em prol da continuidade do processo de paz iniciado por seu governo com a guerrilha das FARC-EP, argumentaram.
A presidenta da UP, Aida Avella, expressou que uma das principais razões que fundamentaram sua decisão foi apoiar quem abriu o diálogo com a guerrilha a partir de uma solução política do conflito armado que perdura, aqui, mais de 50 anos.
Nós não somos amigos da guerra, somos amigos da paz, sublinhou.
Acompanharemos Santos só no que diz respeito à paz. No mais, continuaremos nos considerando oposição, disse.
Observação do Evidentemente: O PDA, o Partido União Patriótica e a Marcha Patriótica são forças políticas situadas no campo da esquerda/centro-esquerda.
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