CHILE: MILHARES DE ESTUDANTES SAEM ÀS RUAS



Os dirigentes estudantis calcularam em mais de 100 mil os participantes da marcha (Foto: AFP/Página/12)
Primeira manifestação de rua dirigida ao atual governo de Bachelet reivindicando ensino público gratuito e de qualidade: os universitários e secundaristas exigem participar da elaboração das reformas programadas pelo Ministério da Educação; serão vários projetos de lei a serem enviados ao Congresso este ano.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 9

Milhares de estudantes marcharam ontem pela principal avenida de Santiago do Chile reivindicando um ensino público gratuito e de qualidade, que Michelle Bachelet prometeu como parte de seu programa de governo. É a primeira mobilização desde que a presidenta assumiu seu segundo mandato, em 11 de março último. Os estudantes - universitários e secundaristas - exigem participar da elaboração das reformas programadas pelo Ministério da Educação, as quais devem ser promovidas através de vários projetos de lei a serem enviados ao Congresso no segundo semestre do ano. Ao se encerrar a enorme marcha, um policial  sofreu queimaduras causadas por uma bomba molotov lançada por manifestantes. O policial ferido foi transferido a um hospital enquanto os demais carabineiros (como é chamada a polícia chilena) dispersaram a mobilização com carros lança-jatos e gases lacrimogêneos. Os dirigentes estudantis calcularam em mais de 100 mil os manifestantes, enquanto que a polícia estimou que eram uns 40 mil.

No começo da semana, a presidenta chilena assinou o primeiro projeto de lei de seu governo em matéria de educação, que cria a figura dum administrador provisório de universidades em crise para garantir a continuidade das aulas para seus alunos. Em outros termos, a iniciativa busca aumentar as atribuições de um interventor em casos como o ocorrido com a Universidade do Mar, instituição em que milhares de estudantes ficaram à deriva por uma má gestão. “Estamos dando o primeiro passo dum caminho, que será complexo”, disse a presidenta na segunda-feira, após a assinatura do documento no Palácio de La Moneda (palácio do governo). Bachelet prometeu uma profunda reforma do sistema educativo privatizado e segregacionista herdado da ditadura pinochetista.

Este administrador poderá intervir toda vez que uma investigação do Ministério da Educação ou uma sentença judicial determine a incapacidade da universidade de assegurar aos alunos a continuidade dos estudos tal e como foi ofertado. O projeto de lei outorga amplas atribuições ao administrador, que assumirá o controle acadêmico, administrativo e financeiro da universidade durante sua intervenção, diferentemente da norma atual, na qual reitores e proprietários mantinham a gestão.

O projeto, que poderá ser aplicado a universidades e centros de formação técnica de educação superior, obriga o interventor – num prazo limitado – a elaborar um plano que reconstrua a gestão do centro educativo ou, no caso de impossibilidade, a determinar seu fechamento. Segundo o ministro da Educação, Nicolás Eyzaguirre, o projeto não busca inovar em matéria de condições pelas quais se pode fechar uma universidade, e sim estabelecer a figura dum administrador para saber se é necessário fechar, e viabilizar os estudos dos alunos.

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El ministro aseguró que desde el Ejecutivo chileno esperan que la figura del interventor sea utilizada de forma excepcional, ya que el gobierno pretende crear una Superintendencia de Educación que sea capaz de fiscalizar el funcionamiento de las universidades y detectar las malas gestiones a tiempo. Hace dos (dois) años se nombró un interventor en el caso de la Universidad del Mar, instituto cerrado por irregularidades administrativas y mala calidad de algunas de las carreras que impartía, dejando a la deriva a unos 18 mil alumnos.

Al finalizar la movilización, una de las referentes (representantes) estudiantiles se expresó sobre la finalidad de la protesta. “Nos jugamos por la participación en la reforma. Creo que es fundamental que demostremos que somos muchos y que tenemos propuestas”, dijo Naschla Aburman, presidenta de la Federación de Estudiantes de la Universidad Católica (FEUC). “Hay ciertas indefiniciones en el gobierno y en el Ministerio de Educación, que nos producen escepticismo (ceticismo)”, señaló Tomás Leighton, vocero (porta-voz) de la Coordinadora Nacional de Estudiantes Secundarios (Cones). El dirigente estudiantil agregó: “Se prometió el envío de proyectos de copago, del fin del lucro y de la selección, y estamos expectantes del envío”.

Bachelet impulsó una reforma tributaria con la que busca aumentar en 8200 millones (8,2 bilhões) de dólares anuales la recaudación fiscal para financiar cambios (mudanças) de fondo a la enseñanza (no ensino), garantizado gratuidad en todos sus niveles. Tras (Após) haberse reunido un par de veces con el ministro de Educación, los dirigentes estudiantiles destacaron la ambigüedad de sus propuestas en puntos que para ellos son fundamentales: gratuidad, fin del lucro y administración municipal de la enseñanza básica y secundaria.

El gobierno, por su parte, insistió en su disponibilidad a escuchar a todos los sectores involucrados en la reforma y a recoger el máximo de propuestas que permitan avanzar gradualmente a un sistema gratuito y de calidad. También reconoció como un derecho la decisión de los estudiantes de manifestarse y permitió que la marcha se desplazara por La Alameda, la principal avenida de la capital trasandina, hasta el frente del Palacio de Gobierno, cosa que no ocurría desde 2011, cuando comenzaron las masivas protestas por la educación.

Durante prácticamente todo su trayecto, la movilización de los estudiantes se produjo en forma pacífica, sin que fuera necesaria la intervención de la policía hasta su conclusión, cuando irrumpieron algunos grupos de encapuchados. La marcha concluyó con un acto en el Parque Almagro, aledaño al centro cívico.

Tradução: Jadson Oliveira

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