AINDA O MENSALÃO: ISOLADO, BARBOSA ANUNCIA QUE DEIXARÁ STF EM JUNHO



Ministro Joaquim Barbosa (Foto: Carta Maior)

Aos 59 anos, o ministro poderia seguir por mais onze, até completar os 70 anos necessários à aposentadoria compulsória. Mas decidiu antecipar a saída.

Por Najla Passos, no portal Carta Maior, de 29/05/2014

Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciou que irá deixar a corte em junho, quando pedirá sua aposentadoria. Aos 59 anos, o ministro poderia seguir na carreira por mais onze, até completar os 70 anos necessários à aposentadoria compulsória. Entretanto, decidiu antecipar a saída.

Na manhã desta quinta (29), ele se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff para comunicar a decisão. Depois, conversou com os presidentes da Câmara, Henrique Alves (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Conforme Calheiros afirmou à imprensa, o ministro não apresentou justificativa.

Barbosa não concedeu entrevistas ao deixar o Congresso. "Não vou comentar. No momento oportuno, eu vou me pronunciar", esquivou-se. Também não informou a data exata do desligamento. E tampouco revelou seus planos para o futuro.

O fato é que Barbosa, que já ganhou inúmeras manchetes favoráveis da revista Veja e até já saiu travestido de “super-homem” na capa do jornal O Globo, está cada vez mais isolado, tanto no mundo jurídico quanto no político.

Seu temperamento explosivo, suas posições autoritárias e, principalmente, suas decisões ao arrepio da lei são alvo de críticas cada vez mais contundentes de políticos, jornalistas, operadores jurídicos e movimentos sociais.

Embora seja grande a especulação, a possibilidade dele concorrer nas eleições de outubro é remota. Pela legislação eleitoral, teria que ter deixado o STF em abril e se filiado a um partido político, o que não ocorreu.

Mas ele mesmo, em entrevistas à imprensa, já confessou que ingressar na carreira política é algo que habita seu imaginário. E, neste caso, melhor deixar o STF agora, quando ainda consegue convencer alguns desavisados das suas boas intenções como homem público.

Coincidência ou não, os movimentos sociais que integram o Comitê de Solidariedade, Democracia e Justiça, que conclamavam uma caminhada ao STF, nesta sexta (30), para protestar contra a proibição do trabalho externo para o ex-ministro José Dirceu, decidiram adiar o evento.

A justificativa oficial é a impossibilidade de algumas lideranças estarem presentes em Brasília. “Diante da expressiva adesão à carta apelo ao STF e da impossibilidade da presença de importantes lideranças nacionais e parlamentares no evento, marcado para amanhã, 14h00, comunicamos o adiamento do mesmo”, diz a nota divulgada.

A nova data do protesto, segundo os organizadores, será anunciada ainda esta semana.

Comentários