Milhares de cubanos marcham para a tradicional e enorme concentração realizada em todo 1o. de maio na Praça da Revolução, em Havana (foto: site Cuba Debate) |
Marchas e contra-marchas na
Venezuela, respaldo sindical a Dilma, Mujica e Bachelet, diálogo no Paraguai e
discurso de Evo: nos países da região com governos de centro-esquerda os
principais atos foram realizados em apoio aos processos em curso. Também se
manifestaram as forças opositoras. Ademais, as ruas serviram para amplificar os
protestos cotidianos.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 2 (o
título acima e os intertítulos com os nomes dos países são deste blog; o “centro-esquerda”
do título está usado dentro da conceituação corrente na Argentina)
Venezuela
Com
diferentes atos foi celebrado ontem o Dia do Trabalhador na América Latina. Na
Venezuela, e ante uma grande concentração de trabalhadores simpatizantes, o
presidente Nicolás Maduro perguntou o que faria a classe operária se uma manhã
se levantasse com a notícia de que o presidente constitucional da República foi
deposto de seu cargo. “A classe operária reconheceria outro governo? A classe operária
seguiria trabalhando para outro governo? Aí entraríamos nesses momentos, nesses
caminhos (nos) quais tocam aos povos decidir o que fazer”, frisou o presidente.
Milhares
de simpatizantes chavistas marcharam por Caracas para agradecer ao presidente um
aumento do salário mínimo outorgado na terça-feira. Enquanto isso, a oposição
se concentrou em outra área da capital para protestar contra a crise econômica.
Uns 3.000 manifestantes envoltos em bandeiras venezuelanas e portando cartazes
com referências à inflação, à escassez de alimentos e à insegurança marcharam ao
som de apitos e cornetas pela zona leste da cidade, feudo da oposição (é a zona
da população mais rica de Caracas).
Manifestação chavista (no pequeno destaque imagem do ato dos antichavistas) (Foto: portal Aporrea.org) |
Também manifestação de apoio ao presidente Maduro (Foto: AVN) |
Para
encarar a inflação, que roça os 60% ao ano, a mais alta da América Latina,
Maduro anunciou esta semana um aumento de 30% no salário mínimo, que está na
faixa dos 675 dólares mensais no câmbio oficial de 6,3 bolívares (a moeda do
país) por dólar e de apenas 60 dólares com base na taxa do mercado paralelo. “Não
é normal que se durma nos supermercados para fazer uma fila por alimentos” ou
“Não queremos um aumento de mentira, quando os preços são de verdade”, foram os
slogans que esgrimiram os opositores nos cartazes.
Por seu lado,
Maduro respondeu as perguntas lançadas por ele no ato central pelo Dia do Trabalhador.
“A classe operária tem que ter claro, eu estou seguro do que fariam vocês, estou
muito seguro do que faria a classe operária e estou muito seguro do que faria a
Força Armada Nacional Bolivariana se algum dia pretendessem impor um regime
fascista, pinochetista, pró-imperialista”, afirmou. E disse estar seguro de que
se algum dia o império impusesse na Venezuela um regime pró-imperialista, a classe
operária petroleira não produziria mais uma gota de petróleo para a oligarquia e
o imperialismo. “Estou seguro de que o povo decretaria uma greve geral e iria à
insurreição civil-militar”, assegurou.
Brasil
No
Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT, a maior organização sindical do
país) respaldou, num ato em São Paulo, o governo da presidenta Dilma Rousseff,
que anunciou ontem um aumento de 10% a um subsídio mensal que recebem 36 milhões
de pobres (Bolsa Família) e uma futura redução da carga do Imposto de Renda. Os
anúncios de Rousseff foram criticados durante o ato, também em São Paulo, da Força
Sindical, a segunda central operária do país, e pelo principal pré-candidato
opositor à presidência, Aécio Neves (do PSDB), que opinou que refletem “o desespero
dum governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção”.
Continua
em espanhol:
Uruguai
En Uruguay, la central sindical única PIT-CNT, en su tradicional marcha
por Montevideo, reconoció que desde 2005 (cuando accedió al gobierno el Frente
Amplio) a la fecha (até esta data), hubo cambios (mudanças) sustanciales en las
relaciones laborales, aun cuando “no hay nadie (ainda que “não haja ninguém) en
el país que tenga el programa de la clase obrera”, dijo el secretario
ejecutivo, Gabriel Molina.
Chile
En Chile, la Central Unitaria de Trabajadores (CUT) manifestó su apoyo a
las reformas impulsadas por el gobierno de Michelle Bachelet, pero advirtió que
vigilará que se cumplan. “Somos y seremos los más leales con las
transformaciones que Chile demanda y los que más presionaremos para que se
cumpla el programa de gobierno”, dijo la presidenta de la CUT, Bárbara
Figueroa.
Paraguai
En Paraguay las organizaciones sindicales celebraron por separado. La
Central Nacional de Trabajadores (CNT), que asiste al (participa do) diálogo
con el gobierno instalado tras (após) la huelga general del 26 de marzo,
compartió una misa con el ministro de Trabajo, Guillermo Sosa, y paralelamente
denunció despidos de trabajadores por sus actividades sindicales y
subcontrataciones y tercerizaciones que violan los derechos laborales.
“Denunciamos a los dirigentes entreguistas que construyen la mesa de
negociación”, afirmó Eduardo Ojeda, presidente de la Corriente Sindical
Clasista (CSC) que organizó su propio acto, mientras (enquanto) otras
agrupaciones realizaron una concentración frente al Panteón de los Héroes,
donde descansan los restos de algunos ex presidentes paraguayos.
Bolívia
En Bolivia, el presidente Evo Morales encabezó una marcha multitudinaria
(uma marcha muito grande, enorme) que terminó en la plaza principal de La Paz,
donde firmó el decreto que oficializa los aumentos concertados con la Central
Obrera Boliviana (COB), de 10 por ciento para los sueldos en general y de 20
por ciento para el mínimo nacional, que pasa de 1200 a 1440 bolivianos (unos
220 dólares).
Peru
En Perú, cientos de trabajadores del seguro estatal de salud Essalud
protestaron en Lima contra el gobierno del presidente Ollanta Humala por los
“malos manejos” que atribuyen a ese organismo y la Confederación General de
Trabajadores (CGTP) tenía previsto realizar una concentración en el centro de
la capital contra el modelo económico y en reclamo de medidas efectivas contra
la criminalidad.
Esta torre aí com um altíssimo mirante é a marca registrada da Praça da Revolução, em Havana (Foto: site Cuba Debate) |
Cuba
En Cuba se efectuó el tradicional desfile multitudinario en la plaza de
la Revolución, en La Habana, donde el presidente Raúl Castro reiteró críticas a
Estados Unidos y la adhesión (o apoio) al gobierno de Venezuela, pero no hubo
anuncios de parte de las autoridades ni reclamos de los manifestantes.
Colômbia
e Equador
En Colombia, las centrales obreras enarbolaron (defenderam) la consigna
“Por la paz, por el trabajo decente y por la vida digna”, y en Ecuador
rechazaron un proyecto de reforma del Código Laboral impulsado por el gobierno
y que, según el presidente Rafael Correa, fue pensado “en función de las
necesidades de los trabajadores”.
Tradução:
Jadson Oliveira
Observação do Evidentemente: É claro que o Página/12, um
jornal argentino, tratou do seu país, com muito mais amplitude, não sendo, compreensivelmente,
incluído nesta matéria. Foi inclusive o assunto da capa: houve matéria
abordando medidas adotadas pelo governo de Cristina Kirchner em favor dos
trabalhadores; outra sobre manifestação do poderoso movimento sindical argentino,
em torno da Confederação Geral dos Trabalhadores, a antes afamada CGT peronista,
atualmente dividida: parte apoia o governo e parte é contra; e uma outra matéria
sobre duas manifestações lideradas por partidos “de esquerda”, contrários ao
governo (aqui no Brasil chamaríamos “extrema-esquerda” ou “da esquerda radical”).
Mais algumas fotos do tradicional 1o. de maio cubano em Havana, todas do site Cuba Debate - Contra o terrorismo midiático:
Esta última é da cidade de Matanzas |
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