Trecho extraído da matéria do jornal
argentino Página/12 intitulada “Nações
Unidas celebra o diálogo na Venezuela”, edição de 12/04/2014 (o título acima é deste blog)
O
presidente da Assembleia Nacional (AN), Diosdado Cabello (foto), afirmou que alguns dos
dirigentes opositores que participam da mesa de diálogo instalada na
quinta-feira são os mesmos que participaram do fracassado golpe de Estado
contra Hugo Chávez em abril de 2002.
“Alguns representantes da oposição não iam (a Miraflores – palácio do governo) desde 12 de abril, há 12 anos, quando deram o golpe de Estado, são os mesmos e não mudaram nada, nem suas pretensões mudaram, e nós sabemos com quem estamos nos sentando”, indicou num ato com militantes chavistas no estado de Anzoátegui (centro-leste do país).
O governo e a oposição começaram na quinta-feira um processo de diálogo para encontrar soluções para a crise desatada com os protestos violentas que se repetem há dois meses e que já deixaram 41 mortos até o momento.
“O povo da Venezuela pode ter certeza de que ali não há negociação, ali não há pactos, acordos de costas para o povo da Venezuela não vão acontecer lá na mesa”, garantiu Cabello. “Nós sabemos quem são eles e nos sentamos na mesa conscientes pela paz deste país. Talvez eles entendam que a via na democracia para que um presidente se vá, qual é?, os votos”, acrescentou.
O presidente da AN, que acusou o líder opositor Henrique Capriles de “arrogância burguesa” por tratar Maduro durante a conversação pelo primeiro nome (“Nicolás”), enfatizou que “os que estavam sentados na mesa de diálogo são a mesma coisa dos que estão na rua chamando à violência”.
Observação do Evidentemente: Diosdado Cabello é considerado o segundo homem mais forte do chavismo na Venezuela, depois de Maduro. Ele foi companheiro do então tenente-coronel Hugo Chávez (ele era tenente do Exército) em 1992, quando os militares, sob o comando de Chávez, tentaram derrubar o então presidente Carlos Andrés Pérez. O golpe fracassou, mas a partir daí Chávez caiu na simpatia do povo e foi se tornando o líder político imbatível em que se transformou.
ZERO GOLPE DE ESTADO
O governador do estado de Miranda e líder opositor, Henrique Capriles (foto - disputou as duas últimas eleições presidenciais, sendo que na última, contra Maduro, em 14/abril/2013, perdeu por uma diferença de menos de 2%), em sua participação na Mesa de Diálogo pela Paz, disse que a Venezuela estava muito mal. Lembrou que no passado 14 de abril de 2013, já noite (depois da votação) conversou com o presidente Nicolás Maduro e lhe pediu fazer uma auditoria após as eleições presidenciais e Maduro havia aceitado a proposta. Capriles assegurou que depois dessa situação de 14-abril, tudo o que ocorreu foi o sequestro dos poderes em nosso país, o que nos levou a esta crise política; insistiu que continua o problema político no país. Disse que 14 de abril mudou este país. Considerou que no país há uma crise política e não vamos resolvê-la nem reprimindo, nem é um problema da “guarimba” (barricadas armadas nas ruas pela oposição).
Observação do Evidentemente: Este resumo dos 17 minutos da fala de Capriles, na mesa de diálogo, foi feito pelo portal venezuelano Aporrea.org, incluindo o título (é editado por gente de esquerda independente do chavismo, dando espaço a visões críticas do chavismo, mas sempre apoiando Chávez e Maduro).
Tradução: Jadson Oliveira
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