Dilma e João Roberto Marinho, responsável pelo conteúdo editorial da Globo |
Por Paulo Nogueira, no seu blog DCM - Diário do Centro do Mundo, de 10/04/2014
Segundo Mônica Bergamo, da Folha, Dilma se queixou do Jornal Nacional numa conversa que teve com João Roberto, o segundo dos três filhos de Roberto Marinho e responsável pelo conteúdo editorial das Organizações Globo.
Faz sentido, é claro.
O Jornal Nacional, absurdamente governista na ditadura militar, foi para a direção oposta quando o PT chegou ao poder.
Se o JN existisse sob Jango, é provável que ele seria mais ou menos como é hoje: uma ênfase extraordinária nas más notícias, reais ou imaginárias.
O que não faz sentido é a atitude de Dilma, e do PT no poder, diante da Globo. A Globo faz o que sempre fez: sabota governos populares e intimida o mundo político para que seus privilégios imensos sejam preservados.
E o que tem feito o governo em resposta?
Nada. Repito: nada.
A evidência mais notável disso está nas verbas publicitárias que o governo destina à Globo. Em dez anos, foram 6 bilhões de reais, isso mesmo com a queda notável da audiência da emissora. (A Globo perdeu cerca de um terço do público na última década.)
Este dinheiro alimenta a máquina da Globo destinada à sabotagem de medidas favoráveis ao “Zé do Povo”, como o patriarca da Globo, Irineu Marinho, se referia aos cidadãos comuns.
O Secom, que administra a verba governamental, afirmava sob Helena Chagas que esse paradoxo – um dinheiro brutal para uma empresa que faz campanha contra – se devia a uma coisa chamada “mídia técnica”.
Pausa para rir. Ou chorar.
Nada justifica você premiar quem sabota você, ou numa visão mais ampla, a sociedade.
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