PAPAI DIZIA: “OS ‘TERRORISTAS’ MATARAM O SR. BOILESEN” (DO GRUPO ULTRA)



(Foto: Beatriz Macruz e Caio Castor/Viomundo)
Comentário reproduzido do blog Viomundo, de autoria de Severino Isidoro Fernandes Guedes (professor de Filosofia e Sociologia em Pernambuco), sobre a matéria postada logo abaixo:

“Agora que vi essa reportagem sobre o protesto na Fiesp pela colaboração do empresariado da indústria com a ditadura militar, lembrei do meu pai, que trabalhou no Grupo Ultra, até o início da década de 1970, e foi segurança de um dos homens que financiava os horrores da ditadura (o sr. Henning Boilesen).

Papai foi recrutado para o serviço nos tempos em que era vigilante da fábrica da Ultragás, no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo.

Me lembro das vezes em que fomos à mansão desse senhor, que em minha ingenuidade de criança (na faixa dos 8 aos 10 anos), me parecia ser uma pessoa afável, que não raras vezes nos presenteava com chocolates suíços finos...

Não poderia imaginar que essa pessoa sempre gentil e simpática fosse esse monstro que financiava a ditadura e era responsável pela tortura e morte de tantas pessoas.

Me lembro do dia em que ele foi justiçado pela guerrilha armada e dos comentários de papai sobre o seu "patrão": "os 'terroristas' mataram o sr. Boilesen".

Mal sabia papai (em sua ingenuidade política e falta de consciência de classe) que o verdadeiro terrorista era o próprio sr. Boilesen, colaborador e entusiasta de um Estado de terror, de uma verdadeira máquina de torturas e assassinatos contra os que resistiam à ditadura”.

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