EX-MILITAR: “OS ESTADOS UNIDOS MATAM COM DRONES USANDO SUA BASE AÉREA NA ALEMANHA”


(Foto: AFP/Daniel Roland/RT)

O testemunho de um ex-piloto de drones da Força Aérea norte-americana reitera que os EUA estão utilizando sua base aérea de Ramstein, na Alemanha, para travar uma guerra de drones na África, Yêmen e Paquistão.

Por RT Actualidad (Rússia Today), de 06/04/2014

"Toda a guerra de drones dos militares dos Estados Unidos não seria possível sem a Alemanha", afirmou Brandon Bryant à cadeia alemã NDR e ao jornal 'Süddeutsche Zeitung'. Durante seus cinco anos de serviço, Bryant, que se demitiu em 2011, dirigiu mais de 1.000 operações no Paquistão e no Yêmen a partir do seu painel de controle em Novo México, longe dos países atacados. Os dados obtidos pelos drones são transmitidos via satélite à Alemanha. Depois, são enviados de volta aos EUA através dum cabo de fibra ótica.

O ex-piloto especificou que as imagens ao vivo foram analisadas e classificadas pelos equipamentos de oficiais de inteligência estadunidenses na Alemanha, o que sugere que a base aérea de Ramstein, situada no estado alemão de Rhineland-Palatinate, representa o principal centro das operações mortíferas dos drones norte-americanos.

No ano passado, os meios de comunicação alemães mencionados revelaram que os EUA utilizam suas bases militares na Alemanha para levar a cabo assassinatos seletivos de suspeitos de terrorismo em "todo o mundo", incluindo a Somália.

Com base nas recentes revelações e diante duma forte polêmica desatada na sociedade alemã, o porta-voz de política exterior do Partido Verde, Omid Nouripour, instou o governo de Angela Merkel a tomar medidas. "É uma vergonha que o governo alemão se limite a fechar os olhos às violações do direito internacional no território alemão", disse Nouripour à agência de notícias DPA. Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou que os EUA  — que têm uma presença militar na Alemanha garantida por acordos posteriores à Segunda Guerra Mundial — negaram que sua base alemã, que abriga mais de 600 efetivos, esteja diretamente envolvida nos controvertidos ataques.

Enquanto as novas revelações poderiam aumentar a pressão às relações entre Washington e Berlim —que já estão tensas devido aos vazamentos de informação de Snowden —, é pouco provável que conduzam a providências específicas da Alemanha. É que Berlim não pode inspecionar livremente, e muito menos fechar, as bases dos EUA sem  encerrar os acordos fundamentais de cooperação militar, analisa o jornal.

Tradução: Jadson Oliveira

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