Não há nada que justifique a permanente campanha alimentada pelos grandes grupos de comunicação sobre a situação da segurança na Argentina.
PorEric Nepomuceno, no portal Carta Maior, de 05/04/2014
Os índices de violência da
Argentina, se comparados aos de outros países latino-americanos – o
Brasil, por exemplo –, indicam um nível bastante satisfatório de
segurança. Se comparada a alguns estados brasileiros – Alagoas, por
exemplo –, ou a outros países do continente – El Salvador, por exemplo,
ou a Venezuela –, a Argentina seria uma espécie de Vaticano. Ou, na pior
das hipóteses, uma Noruega tropical.
Claro que há violência urbana, principalmente nas zonas mais carentes. No interior, a situação é mais grave. Não há nada, porém, que justifique a tensão em que vivem os argentinos, especialmente os de classe média das cidades grandes. E menos ainda a permanente campanha alimentada pelos grandes grupos de comunicação.
Os canais de televisão costumam dar enorme ênfase aos casos de assaltos em sinais de trânsito, realçando de maneira espetaculosa o que chamam de ‘clima de profunda inseguridad que se vive en el país’. Não é, nem de longe, para tanto.
E eis que, de repente, surge uma onda de linchamentos por todo o país. Na quinta-feira, dia 3, em Rosario, que disputa com Córdoba o posto de segunda maior cidade do país, um homem de 32 anos foi linchado por ter tentado violar uma moça. Enquanto ele era levado para o hospital, a polícia constatou que na verdade ele tinha tentado roubar a bolsa da moça em questão. Na terça-feira, dia primeiro, houve um linchamento em Córdoba. No domingo anterior, outro, em La Rioja. E na mesma quinta, outro mais, em Buenos Aires. Cada caso é trombeteado com furor pelos jornais, as emissoras de rádio, os canais de televisão. Não chega a ser um fenômeno geral, mas é certamente preocupante, e muito. É como se um caso estimulasse outro. Só em Rosário, houve cinco linchamentos em três semanas. E uma das vítimas, David Moreira, de 18 anos, acabou morrendo. Seu crime: ter tentado roubar a bolsa de uma mulher. Na bolsa havia, além de documentos, uma carteira com uns 200 pesos. Uns 50 reais.
Por trás dessa ressonância toda existem, claro, os objetivos políticos.
Claro que há violência urbana, principalmente nas zonas mais carentes. No interior, a situação é mais grave. Não há nada, porém, que justifique a tensão em que vivem os argentinos, especialmente os de classe média das cidades grandes. E menos ainda a permanente campanha alimentada pelos grandes grupos de comunicação.
Os canais de televisão costumam dar enorme ênfase aos casos de assaltos em sinais de trânsito, realçando de maneira espetaculosa o que chamam de ‘clima de profunda inseguridad que se vive en el país’. Não é, nem de longe, para tanto.
E eis que, de repente, surge uma onda de linchamentos por todo o país. Na quinta-feira, dia 3, em Rosario, que disputa com Córdoba o posto de segunda maior cidade do país, um homem de 32 anos foi linchado por ter tentado violar uma moça. Enquanto ele era levado para o hospital, a polícia constatou que na verdade ele tinha tentado roubar a bolsa da moça em questão. Na terça-feira, dia primeiro, houve um linchamento em Córdoba. No domingo anterior, outro, em La Rioja. E na mesma quinta, outro mais, em Buenos Aires. Cada caso é trombeteado com furor pelos jornais, as emissoras de rádio, os canais de televisão. Não chega a ser um fenômeno geral, mas é certamente preocupante, e muito. É como se um caso estimulasse outro. Só em Rosário, houve cinco linchamentos em três semanas. E uma das vítimas, David Moreira, de 18 anos, acabou morrendo. Seu crime: ter tentado roubar a bolsa de uma mulher. Na bolsa havia, além de documentos, uma carteira com uns 200 pesos. Uns 50 reais.
Por trás dessa ressonância toda existem, claro, os objetivos políticos.
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