VENEZUELA: UNASUL CRIA COMISSÃO ESPECIAL PARA RESPALDAR DIÁLOGO

(Foto: Paola Cornejo/Opera Mundi)
Encontro de chanceleres realizado na quarta-feira, dia 12, no Chile, definiu cinco pontos para a atuação dos representantes do bloco
Por Victor Farinelli, de Santiago, no portal Opera Mundi, de 12/03/2014 (atualizada em 13/03, às 8h22)

A reunião extraordinária dos chanceleres da Unasul (União de Países Sulamericanos) definiu nesta quarta-feira (12/03) que será nomeada uma comissão especial que visitará a Venezuela e participará do diálogo entre o governo e a oposição, buscando terminar com o conflito que se instalou no país desde o começo de fevereiro.

O encontro foi convocado pela presidente brasileira Dilma Rousseff e realizado hoje em Santiago do Chile. O chanceler Winston Lackin, do Suriname (país que exerce a presidência pro-tempore do organismo), coordenou a entrega de um documento de cinco pontos, que estabeleciam a forma como o organismo enfrentará a situação na Venezuela.
 

Entre esses cinco pontos se destaca a comissão de chanceleres da Unasul, que colaborará com o governo venezuelano nos diálogos com a oposição e deve visitar a Venezuela até a primeira semana de abril.

Os cinco pontos são os seguintes:

1 - Respaldar os esforços dos governo venezuelano para propiciar o diálogo com os diferentes atores envolvidos no conflito;

2 - Designar uma comissão integrada por chanceleres da Unasul, para assessorar o diálogo político orientado a recuperar a convivência pacífica;

3 - Instruir a presidência pro-tempore da Unasul a organizar o trabalho da comissão de chanceleres, cuja primeira visita à Venezuela deverá acontecer no mais tardar na primeira semana de abril;



4 - Solicitar, para o antes possível, um relatório da atividade da comissão de chanceleres, que será analisado pelo Conselho de Ministros da Unasul;
 

5 - Expressar nossa preocupação por qualquer ameaça à independência e a soberania da Venezuela
 

O documento também expressa "profundo rechaço aos recentes atos de violência, e condolência com as famílias das vítimas, com o povo e com o governo democraticamente eleito".
 
Antes da reunião
 

A reunião começou por volta das 17h (hora local, a mesma de Brasília). Na chegada, apenas os representantes de Chile e Equador deram declarações. O equatoriano Ricardo Patiño disse que “a nossa missão é sempre a de defender a paz na região, tendo em vista o respeito à institucionalidade de cada país, e não será diferente no caso da Venezuela”. Sobre quem serão as partes envolvidas no diálogo, Patiño disse que “as conversas serão com o governo venezuelano e os atores que este apontar como os que devem participar”.
 
Já o chileno Heraldo Muñoz se referiu às manifestações que aconteceram no país e afirmou que a comissão também observará as investigações sobre as responsabilidades nas mortes que aconteceram no último mês. Porém, enfatizou ao final que “sempre vamos tentar proteger os direitos humanos, mas não por isso vamos aceitar que mobilizações violentas tentem derrubar um governo legitimamente constituído”.

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