As marchas de ontem (quarta, dia 12) custaram a vida de um opositor e um policial da Guarda Nacional (Foto: EFE/Página/12) |
“Enquanto houver barricadas, o
golpe de Estado estará ativo”: o presidente Nicolás Maduro afirmou que enquanto
continuarem as barricadas e os atos de violência não permitirá os protestos da
oposição em Caracas. Mais duas mortes, desta vez no estado de Carabobo.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 13
O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou que não haverá marchas da oposição em
Caracas. “Enquanto houver barricadas, o golpe de Estado esteja ativado, a Mesa
da Unidade (Democrática - MUD, como é denominada a aliança opositora) se negue
a dialogar, as marchas da direita não entram em Caracas”, afirmou sobre as
manifestações da oposição. Um estudante e um policial da Guarda Nacional perderam
a vida ontem (quarta-feira, dia 12) em Valencia (capital de Carabobo), centro da
Venezuela, supostamente num dos cenários de protestos, informou o governador do
estado de Carabobo, Francisco Ameliach (chavista). “Francoatiradores dispararam
contra sua própria gente que estava armando as barricadas abaixo, em plena via,
e lamentavelmente há um morto e vários feridos”, disse o governador ao canal
estatal VTV e esclareceu que não podia dar o nome da primeira pessoa que perdeu
a vida (no estado) porque havia uma confusão sobre sua identidade.
Maduro
insistiu que as marchas opositoras não estão autorizadas porque são
infiltradas. “Chegam os “chukys” com suas mochilas, destroem o centro de
Caracas e ninguém é responsável”, enfatizou aludindo ao personagem de ficção
que utilizou para definir os grupos violentos.
“Enquanto
esteja o golpe de Estado ativado, enquanto permaneçam as “guarimbas”
(barricadas bloqueando ruas) fascistas queimando parte dos territórios governados
pela oposição, enquanto a MUD não se senta para dialogar, não entram em Caracas
e me chamem como me queiram chamar, não me importa”, advertiu. O presidente
venezuelano reiterou seus chamados à oposição para participar da Conferência de
Paz que lançou para buscar superar a crise que vive o país em decorrência dos
protestos, iniciativa que seus adversários rechaçaram por considerar que não é
verdadeira e que não é realizada em condições de igualdade.
Ameaça de sanções dos Estados
Unidos (continua em espanhol; volta a tradução no final,
na parte sobre o apoio de Lula)
El secretario de Estado norteamericano, John Kerry, aseguró que su país
se reserva la opción de imponer sanciones a Venezuela. “Estamos preparados, si
es necesario, para invocar la Carta Democrática Interamericana en la OEA
(Organización de Estados Americanos) e implicarnos de varias formas con
sanciones, pero la economía allí ya es bastante frágil”, dijo Kerry en una
audiencia en el Comité de Gastos de la Cámara de Representantes.
“Por eso nuestra esperanza está en que los esfuerzos de los países
vecinos, que están profundamente preocupados, tengan la capacidad de alentar el
diálogo necesario para avanzar, sin que Estados Unidos tenga que recurrir a
sanciones u otras medidas”, agregó.
El jefe de la diplomacia estadounidense explicó que el gobierno de
Barack Obama ha estado en contacto con países vecinos de Venezuela para tratar
de encontrar formas de apoyar al país en un diálogo que rebaje las tensiones
que vive desde que comenzaron las protestas de la oposición, el 12 de febrero
pasado. “Dado que el gobierno de Venezuela no escucha las recomendaciones de
Estados Unidos de impulsar un diálogo con la mediación de un tercero, Washington
confía en que la presión de otros en el continente pueda ser de ayuda”, indicó
Kerry.
Ajuda da
Unasul
Por su parte, el canciller venezolano, Elías Jaua, sostuvo ayer que los
países de la Unión Suramericana de Naciones (Unasur) ofrecieron su apoyo para
garantizar la paz en su país. “En América latina, y especialmente en la región
sudamericana, ya no hay espacio para los golpes violentos”, afirmó el jefe
diplomático, en declaraciones a Telesur desde Santiago, Chile. Sus afirmaciones
coinciden con lo que expresó ayer la presidenta chilena, Michelle Bachelet, de
vuelta al poder. “No apoyaremos ningún movimiento que quiera derrocar a un
gobierno electo democráticamente”, subrayó la mandataria.
Apoio de
Lula
O ex-presidente
brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o diálogo na Venezuela, numa
carta enviada a Nicolás Maduro em 5 de março, ao completar um ano da morte do ex-presidente
Hugo Chávez, e que foi divulgada anteontem pelo próprio Maduro. Na carta, Lula lembra
que sempre esteve unido ao falecido mandatário “nas batalhas por uma América Latina
mais justa e soberana” e chama Maduro a manter vivo este legado. O brasileiro,
que manteve uma estreita relação com Chávez, frisa que desde a chegada do líder
bolivariano ao poder, em 1999, o chavismo enfrentou crises e dificuldades que foram
superadas através da participação popular e do respeito à Constituição. “Não
tenho dúvidas, companheiro Maduro, de que esse conjunto de ideias e experiências
constitui um guia de conduta de seu governo e do povo venezuelano neste
delicado momento de sua história.”
“Gracias al compañero Lula por esta carta tan amorosa que me ha enviado.
Muito
obrigado”, escreveu (NT: mantive a frase em espanhol para ressaltar o “muito
obrigado” em português). Fontes do governo brasileiro disseram nas últimas
semanas que o Brasil defende o princípio da não ingerência nos assuntos
internos da Venezuela, onde durante os últimos 30 dias ocorreram protestos
contra Maduro, resultando até o momento 25 mortos e numerosos feridos e detidos.
Tradução: Jadson Oliveira
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