Nas últimas três semanas, desde o início dos protestos, o chanceler
venezuelano já visitou diversos países para explicar a crise (Foto: EFE/Opera Mundi) |
Declaração oficial do bloco foi aprovada por 29 votos a 3, de EUA, Canadá e Panamá
Matéria do portal Opera Mundi, de 08/03/2014
O governo da Venezuela comemorou e classificou como uma "vitória da dignidade" a declaração oficial do Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos), emitida nesta sexta-feira (07/03) e que lamentou as mortes no país, mas apoiou o diálogo proposto pelo presidente Nicolás Maduro à oposição. O posicionamento do bloco foi aprovado com 29 votos a favor e 3 contra, de EUA, Canadá e Panamá. O Brasil foi um dos países que votou favoralmente ao texto e contra o envio de observadores para Caracas.
"Mais do que da Venezuela, acho que é uma vitória da dignidade da América Latina e do Caribe", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua, durante um contato telefônico com o canal estatal VTV, no qual também afirmou que essa declaração é "a favor da paz, do diálogo e da institucionalidade democrática" no país.
O ministro das Relações Exteriores disse que "todo o aparelho de propaganda montado contra a Venezuela foi sendo desmoronado pela moral e pela verdade do povo venezuelano". Acrescentou que agora o mundo sabe que o país sul-americano "não enfrenta manifestantes pacíficos", mas uma "corrente violenta que tenta derrubar o governo legítimo e constitucional de Nicolás Maduro".
Em nome de Maduro, o chefe da diplomacia venezuelana agradeceu os que apoiaram a Venezuela por sua solidariedade, "especialmente" aos países do Caribe frente às "pressões" dos Estados Unidos. Jaua afirmou que o governo venezuelano "não se surpreende" com a falta de suporte dos Estados Unidos e do Canadá e que, no caso do Panamá, "o império tem seu centro e sua articulação".
O ministro das Relações Exteriores disse que na reunião da Unasul (União das Nações Sul-americanas), que será realizada na próxima quarta-feira em Santiago do Chile para tratar da situação da Venezuela, é esperada "uma declaração contundente". Além disso, antecipou que a Venezuela avaliará nesse encontro "qualquer tipo de apoio para o acompanhamento do diálogo promovido pelo presidente" Maduro através da conferência nacional da paz, inaugurada na semana passada.
Acordo
Caracas também anunciou ontem um acordo de financiamento de mais de US$ 7 bilhões com a China e empresas de energia da Rússia e da França. Os investimentos serão prioritariamente em infraestrutura na área de petróleo.
Rafael Ramirez, ministro do Petróleo, disse que a China concordou em liberar US$ 5 bilhões ao país, a terceira parcela do Fundo China-Venezuela. Já as empresas envolvidas foram a estatal russa OAO Rosneft e francesa Perenco, que formará uma "joint-venture" com a venezuelana PDVSA, a se chamar Petrowarao.
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