ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: PSOL SERIA UMA OPÇÃO INTERESSANTE PARA A ESQUERDA?



Senador Randolfe Rodrigues, PSOL-Amapá (Fotos: Internet)
Por que não Roberto Requião, nacionalista calejado em anos de batalhas

De Salvador (Bahia) – Publiquei aqui no Evidentemente na semana passada matéria do portal Carta Maior (“PSOL enfrentará temas polêmicos na campanha eleitoral”, postada dia 20) destacando a disposição da candidatura encabeçada pelo senador Randolfe Rodrigues de enfrentar “temas polêmicos” na campanha presidencial.

Me chamou a atenção o destaque do tema democratização da mídia. Será que o nosso jovem senador por Amapá se empenhará mesmo em discutir o “delicado” assunto em sua campanha? Tenho minhas dúvidas:

Primeiro, porque na sua atuação parlamentar ele tem se inclinado por tentar aparecer nas gretas que se lhe deparam através da grande imprensa gorda.

E segundo, o dado mais importante – que motivou mesmo eu me atrever a escrever este amontoado de achismos -, é que acompanhei uma recente exposição do PSOL no chamado “horário gratuito” na TV.

Pois então, o Randolfe abordou um “tema polêmico” que é verdadeiro tabu nos monopólios da mídia hegemônica: o escandaloso pagamento dos juros da dívida pública que come quase a metade do orçamento do país. Muito positivo, certo?

Mas esperei durante todo o programa o PSOL falar da necessidade de democratização da mídia, da escandalosa ditadura midiática, pela qual vivem chantageados os brasileiros e seus interesses populares e de soberania.

A inserção “gratuita” do PSOL não tocou no assunto e isso, para mim, é hoje um divisor de águas. Político que foge desse tema certamente não tem bons propósitos, pelo menos no que diz respeito aos interesses do movimento democrático, popular e de esquerda.
Senador Roberto Requião, PMDB-Paraná
Daí que me perguntei – falando comigo mesmo, já que não participo de nenhum partido ou organização política – que talvez seja o caso da esquerda pensar num candidato que considero muito mais confiável, provado diante dos principais “temas polêmicos” da nossa política: o senador Roberto Requião, mesmo levando em conta o monstrengo chamado PMDB a que está vinculado.

Os partidos de esquerda – ou de extrema-esquerda, como dizemos aqui no Brasil, PSTU, PCB, PCO, PSOL, etc – poderiam pensar sobre isso, já que falam em “frente única” de esquerda.

E, pelo amor de Deus, não venham me dizer que o importante não é o nome, o candidato, que o importante é o programa, os princípios, etc.

Um programa, montado na chamada “realidade concreta” (só pra sentir o que é isso a esquerda vai debater um ano e olhe lá...), sustentado em princípios éticos, é importante, tudo bem. Mas a cultura política popular exige um nome, uma pessoa confiável, uma liderança que empolgue, que faça balançar o coração e a mente das pessoas. É assim que a banda toca, historicamente. Temos que inventar e sonhar, mas tentando não tirar os pés do chão.

Esse líder hoje no Brasil seria o Lula, mas o Lula desde que surgiu nunca levou a sério a esquerda (isto é, a extrema-esquerda), mesmo porque, muito sabiamente, sabe que ela nunca teve votos. Então prefere se segurar com a aliançona que estica, estica e vai até a direita e ultradireita.

Do contrário, é se preparar, espiritualmente, para votar na candidata do Lula no segundo turno (se houver).

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