Maduro pediu que uma comissão mostre “os monstros que se ativaram para justificar a intervenção estrangeira na Venezuela” (Foto: AFP/Página/12) |
Nas vésperas do Diálogo Nacional de Paz, o
presidente venezuelano pediu ao Legislativo que investigue as mortes: o líder
opositor Capriles tomou distância do governo. Denunciou que 219 manifestantes continuam
presos pelas forças de segurança, o que impede que aceite a convocação ao
diálogo. O governo procura esclarecer os atos de violência.
Matéria do jornal impresso argentino Página/12, edição de hoje, dia 25
O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apresentou ontem o Plano Nacional de
Paz na reunião com os governadores, nas vésperas do diálogo nacional previsto
para amanhã. “É uma conferência nacional de paz a que vou instalar na
quarta-feira (pela manhã) com todos os setores sociais, políticos, sindicais,
religiosos”, disse ante a ausência evidente do líder opositor e governador do
estado de Miranda, Henrique Capriles.
O mandatário
anunciou que pedirá à Assembleia Nacional que forme uma comissão da verdade que
investigue as mortes provocadas em meio aos protestos opositores desde 12 de fevereiro.
“Que se investigue toda a violência que tem havido, todas as denúncias sobre
este golpe de Estado em marcha, todas as mentiras e manipulações nacionais e
internacionais.” E para que mostre “os monstros que se ativaram para justificar
a intervenção estrangeira na Venezuela”, acrescentou Maduro numa entrevista
transmitida pela emissora estatal VTV. Ele assinalou que fará o pedido ao
Legislativo na próxima sessão e que proporá que participem religiosos e
intelectuais. Maduro manifestou que nessa comissão se deve citar as famílias das
vítimas e “todas as testemunhas e se deixe de manipular”.
Por outro
lado, a oposição venezuelana tomou distância ontem do governo. Capriles denunciou
que 219 manifestantes, que foram presos pelas forças de segurança nos protestos
contra o governo, continuam detidos, o que impede que aceite a convocação de
diálogo de Maduro. Capriles e o governista Adán Chávez (irmão mais velho de
Hugo Chávez) – que estava enfermo – foram os únicos governadores ausentes no
encontro do Conselho Federal de Governo que Maduro encabeçou em Miraflores
(palácio do governo). Estiveram presentes os outros dois governadores
opositores, Henry Falcón (estado de Lara) e Liborio Guarulla (Amazonas), assim
como o governista José Vielma Mora (Táchira), que pediu ao governo central que
libere todos os opositores presos, inclusive Leopoldo López, a quem o governo
responsabiliza pelos distúrbios registrados desde o dia 12 deste mês. “Querem
que se vá livrar a cara do governo enquanto eles estão reprimindo e atacando
venezuelanos”, disse Capriles em entrevista coletiva de imprensa, horas antes do
começo da reunião do Conselho Federal. “Não podemos ir livrar a cara dum governo
moribundo que violou direitos humanos; eles queriam uma foto e livrar a cara e
dizer que há um setor (da oposição) que está por fora; nós estamos do lado do nosso
povo”, afirmou o governador do estado de Miranda.
Continua
em espanhol:
Al iniciarse la reunión del Consejo Federal, el vicepresidente Jorge
Arreaza recordó a Capriles que era su deber estar allí y anunció que los
recursos previstos para la gobernación de Miranda serían reasignados (redirecionados)
a organismos nacionales para continuar la realización de las obras encaradas
(programadas). “No podemos dejar al pueblo de Miranda sin los proyectos que el
gobernador pidió para esa gobernación”, dijo Arreaza.
A todo esto, Maduro anunció la captura de un mercenario del Medio
Oriente que “iba a colocar carros bomba” (coches bomba) y llevar a Venezuela a
“una locura como en Siria y Libia”, a quien luego el gobernador del estado de
Aragua, Tareck El Aissami, identificó como Jayssamn Mokded Mokded y caracterizó
como un pez gordo (um peixe grande). En cuanto al mercenario capturado, el
mandatario reveló el caso durante un acto con “motorizados” (motociclistas)
chavistas que – dijo – fueron demonizados por la oposición como responsables de
los ataques a sus protestas, y a los que propuso constituirse en vigilantes de
que nadie (ninguém) use una moto para perpetrar hechos violentos. Más tarde, El
Aissami detalló que Mokded fue detenido en compañía de dos personas (duas
pessoas) que tenían preparación militar.
Asimismo, la fiscal general (Já a procuradora geral) de la República,
Luisa Ortega Díaz, elevó a 13 la cantidad de personas fallecidas en los
disturbios registrados por las protestas callejeras (nos protestos de rua). La
lista se engrosó con un joven de 34 años que había sido herido días pasados en
el estado de Táchira y luego falleció, informó ayer el alcalde (informou ontem
o prefeito) de San Cristóbal, Daniel Ceballos, opositor al gobierno, a través
de Twitter. El joven se llamaba Jimmy Vargas. “De las 13 personas fallecidas,
seis son en Caracas, tres en Carabobo, una en Sucre, una en Lara, una en
Táchira y una en Mérida”, detalló Ortega, y precisó que entre los detenidos por
los enfrentamientos del día 12 hay tres que pertenecen al cuerpo de seguridad
del Servicio Bolivariano de Inteligencia (Sebin).
Tradução: Jadson Oliveira
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