Jovem é conduzida por PMs depois de revista; tática cercou manifestantes após início do protesto (Foto: Correio do Brasil) |
Por Correio do Brasil, com RBA (Rede Brasil Atual), de São Paulo, de 25/02/2014
O ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, disse à RBA que a nova tática utilizada pela PM para reprimir a manifestação ocorrida no centro da capital no último sábado é “inadmissível e inaceitável”, pois se trata de um “cerceamento ao direito de manifestação”. O ouvidor disse ainda que a falta de punição aos policiais que reiteradamente cometem abusos em protestos é uma mostra de politização das polícias e sugere que os comandantes sejam processados por prevaricação.
- Eles agiram antes de acontecer qualquer depredação, qualquer ilegalidade por parte dos manifestantes. Isso é inadmissível, inaceitável. A polícia só pode agir a partir do momento em que acontece o crime e não porque imagina que acontecerá um crime – explica Fernandes Neves, cuja equipe está compilando as denúncias que chegam à Ouvidoria e as que foram publicadas pela imprensa. O próximo passo será encaminhá-las às corregedorias das polícias Civil e Militar. “Nós provocamos e cobramos, mas quem investiga e julga é a própria corporação. Vamos torcer para que haja punição”.
O ouvidor lamentou, porém, que excessos cometidos pela PM contra manifestantes jamais tenham redundado em sanções aos agentes envolvidos. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar de São Paulo, nenhum policial recebeu punições por abusos cometidos em protestos na capital entre 2000 e 2013. Dados obtidos pela BBC por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que a PM ainda não condenou nenhum membro da corporação pela série de irregularidades cometidas em manifestações desde o último mês de junho.
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