"LEOPOLDO LÓPEZ REPRESENTA O QUE HÁ DE MAIS À DIREITA"

Leopoldo López, líder da oposição venezuelana (Foto: Renato Araújo/EBC/Carta Maior)

Envolvido no golpe de 2002 e representante da elite de seu país, "Leopoldo López representa o que há de mais à direita no espectro político venezuelano"

Por DemocracyNow - uma das perguntas e respostas de entrevista com o professor George Ciccariello-Maher, da Drextel University (EUA) - reproduzido do portal Carta Maior, de 20/02/2014, com o título "Quem está por trás dos protestos na Venezuela?" (o título acima é deste blog)
 


DN: George Ciccariello, quem é Leopoldo Lopez? O Washington Post o descreve como um homem de 42 anos, de esquerda, que estudou em Harvard. O que você sabe da sua história?

GC-M: Dizê-lo de esquerda seria forçar a barra. Leopoldo Lopez representa o que há de mais à direita no espectro político venezuelano. Ele foi educado nos Estados Unidos desde o ensino médio até sua graduação na Harvard Kennedy, ele descende do primeiro presidente venezuelano e dizem que até mesmo do próprio Simon Bolívar. Em outras palavras, ele é o representante desta classe política tradicional que deixou o poder após a Revolução Bolivariana. Em termos de sua história política, seu partido, o Primera Justicia, foi formado por uma intersecção entre corrupção e intervenção norte-americana, corrupção por sua mãe, ao arrecadar fundo fraudulentos de uma companhia de petróleo venezuelana para este novo partido, e pelo outro lado fundos do NED, do USAID, e de instituições do governo norte-americano. Assim que Chávez chegou ao poder, os partidos políticos tradicionais entraram em colapso, e tanto a oposição interna quanto o governo do EUA precisavam criar algum outro veículo para fazer oposição ao governo Chávez, e este partido de Leopoldo Lopez é um destes veículos. Neste momento, até mesmo a liderança anterior do partido, Henrique Caprilles, que foi o candidato para as eleições presidenciais, percebeu que a linha de tomar ações nas ruas na tentativa de depor um governo democrático simplesmente não vai funcionar. No entanto, Leopoldo Lopez e outros líderes, como Maria Corina Machado (deputada) e Antonio Ledesma (prefeito metropolitano de Caracas), continuam tentando depor o governo.
 

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