Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST, de 11/02/2014
Fotos: Oliver Kornblihtt
O desafio de serem filhos e filhas do maior movimento organizado da
América Latina. O orgulho e a responsabilidade de serem herdeiros de 30
anos de luta e resistência.
A vontade de seguir os passos destes pés calejados que romperam
cercas e conquistaram chão. E ainda, avançar na produção e na auto
organização nas áreas de acampamentos e assentamentos do MST.
A III Assembleia Nacional da Juventude do MST, realizada nesta
segunda-feira (10/02) durante o VI Congresso do MST, em Brasília, começou com poesia,
música, teatro e todo o vigor característico dos jovens de luta.
O tom político veio em seguida, com os temas citados acima e as
falas de movimentos parceiros. Hellen Lima, do Levante Popular da
Juventude, reafirmou a necessidade de ter força, ânimo e disciplina no
próximo período.
“A juventude mostrou que não esta satisfeita com esse modelo que o
capital está nos impondo, um modelo de morte. Precisamos avançar nas
reformas estruturais e avançar no nosso projeto de vida. É preciso
agarrar o presente e segurar a nossa história para colocar a
transformação que a gente quer na ordem do dia.”
Outros movimentos manifestaram o sentimento de unidade, como
posiciona Alfredo, Secretário Nacional da Juventude da CUT. “Para nós da
CUT é muito claro que não há uma divisão entre o movimento rural e o
urbano.
Nós, juntos, compomos a classe trabalhadora e juntos, enquanto
classe, vamos alcançar a transformação verdadeira.” Também estiveram
presentes, Cleitinho, da Pastoral da Juventude Rural e Virgínia Barros,
Presidente da União Nacional dos Estudantes.
Em seguida foram levantadas questões para reflexão coletiva. “O que
a nossa geração, a nossa juventude, o que nós estamos dispostos a
construir? E a juventude Sem Terra vai ser um sujeito político de luta
ou vai ser mais uma página virada da história?”, indagou Thaile Lopes,
coordenadora da Plenária.
Miguel Stédile, da coordenação nacional do MST, reiterou as
perguntas. “Companheiros, eu tive o privilégio de estar aqui na marcha
de 1997, quando o MST chegou à capital com 100 mil pessoas, em marcha,
com tamanha organicidade que o exército afirmou que não seria capaz de
fazer igual, movendo uma cidade por dia. A direção nacional não está
aqui para dizer a vocês o que fazer. A direção nacional está aqui para
ouvir de vocês o que irão construir.”
Como resposta foi apresentado o Manifesto da Juventude Sem Terra na
luta pela Reforma Agrária Popular, no qual estão contidos os
compromissos de lutar com intransigência contra os inimigos da classe,
seguir fazendo luta de massa e organizando coletivamente o MST e
construir unidade política na esquerda.
A assembleia encerrou com um juramento coletivo, no qual todos os
jovens afirmaram: “Nos comprometemos a não recuar nem um centímetro da
decisão de lutar!”.
Comentários