GOVERNO DA VENEZUELA APOSTA NO DIÁLOGO: BALANÇO DA REUNIÃO PELA PAZ

Os protestos começaram no dia 12/fevereiro (Foto: EFE/Página/12)
Maduro: “As amplas maiorias da Venezuela repudiam a violência de pequenos grupos que agridem a sociedade; a direita deve deter a violência já”.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 28

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o caminho a seguir é o do diálogo e confia que a oposição participará dum próximo encontro. “Isto não pode ser um diálogo entre partidos, tem que ser um diálogo da sociedade. Tiremos os setores da sociedade da violência e nos elevemos”, propôs o mandatário na denominada Conferência Nacional pela Paz, convocada por seu governo. “Aqueles setores que não aceitaram participar nesta reunião... não façamos um drama de que alguém haja dito que não vem. Busquemos que diga que sim, que vem na próxima reunião”, indicou em referência à aliança antichavista Mesa da Unidade Democrática (MUD) – liderada por Henrique Capriles, governador do estado de Miranda -, que não foi à reunião por considerá-la uma simulação. “As amplas maiorias da Venezuela repudiam a violência de pequenos grupos que agridem a sociedade; a direita deve deter a violência já”, expressou ontem Maduro em sua conta da rede social Twitter. “Sigamos construindo uma pátria de paz e felicidade para um povo que hoje é protagonista de sua história. Venezuela derrotará os violentos!”, escreveu após a jornada de diálogo.

Maduro recebeu no Palácio de Miraflores na noite de quarta-feira representantes empresariais, do meio artístico, políticos governistas, religiosos e de meios da imprensa, a quem propôs os pontos principais para arrancar os debates. “Proponho formalmente nesta primeira reunião de trabalho da conferência nacional pela paz o respeito à Constituição por parte de todos”, expressou o presidente. O debate com diversos setores da sociedade venezuelana se estendeu inclusive até passando da meia-noite.

“Não é um diálogo entre o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o Grande Polo Patriótico e a Mesa da Unidade Democrática. Eles sempre serão bem-vindos, mas isto transcende os partidos, então avancemos rumo a um modelo que incorpore os setores porque a sociedade não pode se esbarrar na violência”, sustentou Maduro. Apesar da ausência dos principais representantes da oposição política, participaram deputados opositores como Pedro Pablo Fernández e Ricardo Sánchez, assim como prefeitos não governistas como Miguel Cocchiola (Valencia).

Estiveram também no palácio presidencial representantes do mundo empresarial como Jorge Roig, presidente da Fedecâmaras – principal patronal do país; Miguel Pérez Abad, presidente da Federação das Indústrias (Fedeindústrias); Lorenzo Mendoza, presidente de Empresas Polar, assim como representantes de meios de comunicação como Carlos Bardasano, da TV Venevisión; Carlos Croes, da TV Televen; Enza Carbone, presidenta da Câmara Venezuelana da Indústria da Radiodifusão; Eleazar Díaz Rangel, diretor do jornal Últimas Notícias (o de maior circulação no país), e o jornalista Vladimir Villegas, além de líderes de diversas religiões no país, segundo informou o diário Notícias 24.

Além disso, participaram da conferência a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena; a presidenta do Tribunal Supremo de Justiça, Gladys Gutiérrez; a procuradora geral da República, Luisa Ortega Díaz, e o presidente da Assembleia Nacional (AN), Diosdado Cabello Rondón.

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El mandatario se mostró más conciliador y expresó que espera que los que no aceptaron participar en la primera reunión se incorporen en las siguientes y que nadie (ninguém) se niegue al diálogo. Maduro afirmó que no tiene miedo de verle la cara a ningún representante opositor y destacó la presencia del presidente Roig, a quien en ocasiones anteriores había acusado de dirigir un complot contra el gobierno. Roig dijo que en la calle (na rua) hay protestas que son legítimas, debido a que el país está mal por un modelo fracasado, ya que la “economía marcha mal” y los venezolanos “se están matando entre sí”. “Nosotros creemos en el diálogo. Esto no significa claudicar posiciones, tenemos profundas diferencias con su sistema económico y su sistema político, pero la democracia gracias a dios permite que procesemos estas diferencias en este tono en que las estamos procesando en el día de hoy”, señaló Roig.

“En el mundo moderno no podemos resolver los conflictos políticos ni con armas ni con violencia, siempre se tiene que buscar la vía de la Constitución, asumida y respetada por todo el país”, concluyó Maduro.

Tradução: Jadson Oliveira

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