Simpatizantes da FMLN participam do encerramento da campanha de Sánchez Cerén em Soyapango (Foto: AFP/Página/12) |
Os salvadorenhos vão às urnas neste
domingo, dia 2, para eleger novo presidente: os governistas, que chegaram ao
poder em 2009 com o atual presidente Mauricio Funes, têm como candidato o ex-comandante
guerrilheiro e atual vice-presidente Salvador Sánchez Cerén, de 69 anos.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia
01/fevereiro
El Salvador
decidirá amanhã (domingo, dia 2) pela continuidade da esquerda, após cinco anos
de governo da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), ou pelo
retorno da direita nas eleições presidenciais com o segundo turno no horizonte.
Os governistas, que chegaram ao poder em 2009 com o atual presidente Mauricio
Funes, têm como candidato presidencial o ex-comandante guerrilheiro e atual
vice-presidente Salvador Sánchez Cerén, de 69 anos, que prometeu em sua campanha
reforçar programas sociais. Seu principal adversário, Norman Quijano, prefeito
da capital, de 67 anos, aposta na sua proposta de “mão dura” contra os grupos
criminosos, principal queixa de grande parte da cidadania, para devolver à direitista
Aliança Republicana Nacionalista (Arena) o poder que deteve durante duas
décadas. A maioria das pesquisas dá vantagem a Sánchez, mas todas preveem um
segundo turno eleitoral.
Pela primeira vez na história política de El Salvador, a direita “dura” chega fragmentada na contenda eleitoral, pois a Arena, depois de culpá-lo pela derrota eleitoral, expulsou o ex-presidente Antonio Saca (2004-2009), que se apresenta ao pleito por sua própria conta. O próximo presidente, que assumirá em 1º de junho, deverá enfrentar os desafios duma economia que no último ano cresceu apenas 1,9%, num país onde a pobreza castiga 40,7% dos 6,2 milhões de salvadorenhos e que sofre com a violência das quadrilhas.
Sánchez Cerén, um ex-professor que foi também ministro da Educação, promete aprofundar os programas sociais do governo de Funes e executar nas escolas públicas o programa “Um aluno, um computador”. “Aqueles que sonham que vamos voltar ao passado, que esqueçam, vamos derrotá-los novamente”, declarou.
Salvador
Sánchez Cerén, candidato da FMLN, fala em ato de campanha em San Salvador (Foto:
AFP/Página/12)
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Quijano, por seu lado, fez do tema da segurança o epicentro de sua campanha, ao acusar o governo da FMLN de ter feito um pacto com as quadrilhas numa trégua que se mantém desde março de 2012. Apesar dos homicídios terem diminuído de 14 para 6,8 por dia, a trégua é questionada por setores da população que assinalam que os delitos persistem, sobretudo as extorsões cobradas pelos grupos delinquentes a comerciantes, grandes e pequenos empresários e a famílias inteiras.
Continua em espanhol:
“Hay que trabajar por más seguridad, más empleos y eso lo puedo hacer yo. Tengo la capacidad de gobernar”, afirmó Quijano, quien promete mano dura para hacer de El Salvador un país libre de pandillas (quadrilhas, grupos de criminosos). Según datos oficiales, en las cárceles de El Salvador están recluidos 10.000 pandilleros, mientras que en las calles habría otros 50.000.
“Tenemos un país tomado por la criminalidad y es inviable si no llega un presidente con carácter, con determinación”, aseguró Quijano. Aunque muchos salvadoreños elogian su capacidad, otros tienen terror de que su promesa de mano dura contra las pandillas sumada a su simpatía por dirigentes de extrema derecha traiga viejos fantasmas al país. Su discurso giró en torno del alarmismo durante toda la campaña electoral. Quijano señaló que él y su partido están luchando contra todo el aparato del Estado, controlado por el FMLN, y pidió a los salvadoreños que no se dejaran amedrentar por nadie al ejercer el sufragio.
Tras convertirse en partido político, después de la guerra civil que sufrió El Salvador entre 1980 y 1992, la ex guerrilla del FMLN fracasó en tres elecciones presidenciales postulando a dirigentes de sus propias filas, hasta que en los comicios pasados presentó a Funes, entonces un reconocido periodista de televisión.
A la elección, que pone en estado de alerta a los 22.000 miembros de la Policía y 19.000 del Ejército, unos 4,9 millones de salvadoreños están llamados a acudir a los 1593 centros de votación que abrirán a las 7 de la mañana y cerrarán a las 17. El Tribunal Supremo Electoral (TSE) espera tener los primeros resultados cinco horas después del cierre de las urnas.
Tradução: Jadson Oliveira
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