Aída Avella: o ataque à sua caravana revive os temores da campanha de extermínio sofrida pela UP nos anos 80 e 90 (Foto: Internet) |
Nos anos 80 e
90 a União Patriótica (UP) foi vítima duma campanha de extermínio que deixou cerca de 4000 mortos
Matéria do jornal argentino Página/12, de hoje, dia 24
O
atentado do qual saiu ilesa ontem (dia 23) a candidata presidencial colombiana
Aída Avella, do partido União Patriótica (UP), revive os temores duma nova
campanha criminosa contra os movimentos de esquerda que já havia sido
denunciada por seus líderes. O atentado contra Avella, que regressou há somente
uns meses ao país após permanecer exilada na Suíça 17 anos devido a ameaças contra
sua vida, aconteceu na manhã deste domingo, quando a caravana em que se deslocava
pelo departamento de Arauca (leste), junto com o jornalista Carlos Lozano,
candidato ao Senado pela UP, foi atacada a tiros por duas pessoas numa
motocicleta.
Tanto Avella como Lozano saíram ilesos depois da troca de tiros entre os atacantes e a escolta de Avella, que usava um veículo da Unidade Nacional de Proteção, segundo informou o comandante de Polícia de Arauca, coronel Camilo Alvarez Ochoa. Após o atentado, a candidata da UP reclamou ao governo garantias para sua campanha. “Diante da agressão em Arauca reclamamos o direito de viver e ser opção de poder. Sem garantias não haverá paz!”, assinalou a candidata em sua conta do Twitter. Em outra mensagem pela mesma rede, Avella escreveu: “Chamamos à indignação! Qual é a democracia que queremos para nosso país? Ainda vivemos sem medo. Força UP!”.
Também pelo Twitter, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, deu ordens para proteger Avella. “Dei instruções para que se proteja Aída Avella com tudo o que seja necessário e se investigue o que aconteceu. Necessito resultados”, escreveu. O ministro do Interior, Aurelio Iragorri Valencia, manifestou seu repúdio por “atos que alteram a tranquilidade na qual devem transcorrer as campanhas eleitorais de todos aqueles que aspirem obter o voto popular”. De igual maneira, o ministro reiterou a disposição do governo de adotar todas as ações necessárias para “o controle e apuração deste tipo de manifestações intolerantes e contrárias aos valores democráticos”.
Nos anos 80 e 90 a UP foi vítima duma campanha de extermínio que deixou cerca de 4000 mortos, entre eles dois candidatos presidenciais - Jaime Pardo Leal em 1987 e Bernardo Jaramillo Ossa em 1990 -, oito congressistas, 13 deputados regionais, 70 vereadores e 11 prefeitos.
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