O catastrofismo é moda, tanto à direita quanto à extrema esquerda, no Brasil (Foto: Correio do Brasil) |
O catastrofismo é moda, tanto à direita quanto à extrema esquerda, no Brasil. À direita, porque ela não tem programa. Ou melhor tem, mas não pode confessá-lo, pelo menos na arena política em sentido estrito. Pode através da mídia e/ou de arautos que não seja candidatos: desarticular a fórmula de crescimento do salário mínimo, destroçar o Bolsa-Família sob o argumento de que “vamos fazer mais e melhor”, acabar com esta mania de que pobre das periferias do Brasil tem direto a médico próximo, e por aí vai. Outra ponta deste catastrofismo é apontar que o Brasil já está na catástrofe. Os avanços sociais não existiram, o país está quebrado ou quebrando, o tomate vai nos afogar inflacionariamente, a Petrobrás vai se afogar no Oceano Atlântico, o PT é o Partido mais corrupto da história mundial, a Copa já é um fracasso, a Olimpíada outro, etc.
À extrema-esquerda, a orquestra toca pelo mesmo diapasão, embora com alguns solos diferentes. Nada mudou no país, houve migalhas para os pobres e fatias mais gordas ainda para os ricos, Dilma, Lula e FHC são farinha do mesmo saco, etc. Acrescente-se aí uma desesperança generalizada no mundo: tudo está horrivelmente controlado pela direita internacional, etc. Às vezes há variações jazzísticas: o mundo está à beira de uma revolução mundial, como demonstraram as manifestações de junho passado, as maiores que o país já teve (sic), a dita revolução só não avança porque no meio do caminho tinha um Lula, tem uma Dilma no meio do caminho, estes espectros do capitalismo internacional.
Muita gente de outras colorações políticas cede aos catastrofismos. Mas se olharmos com mais atenção para o cenário mundial, veremos que nem tudo foram flores para as direitas mundiais em 2013, que elas padeceram de reveses e contrariedades de monta.
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