OS GOVERNOS SE DOBRAM DIANTE DO PODER ECONÔMICO



Estas são as principais causas da exclusão e das injustiças sociais imperantes no mundo de hoje, conforme o diagnóstico feito por representantes dos movimentos populares da América Latina, extraído de matéria postada ontem, dia 9, aqui neste blog, com o título “Os movimentos populares latino-americanos junto ao papa Francisco”, assinada por MST/Via Campesina/MTE, reproduzida de Carta Maior:
 
a) Há uma ofensiva mundial do capital financeiro e transnacional para privatizar e apoderar-se de todos os bens da natureza: minas, terra, biodiversidade, água, ventos e até o ar, com os títulos de crédito de carbono. Isso vai contra toda a lógica de desenvolvimento da humanidade de que os bens da natureza pertencem a todos/as e devem cumprir uma função social de gerar bem-estar para todos/as. Privatizar a natureza e transformar os alimentos apenas em mercadorias, onde só pode ascender quem tem dinheiro, é colocar em risco a vida humana.


b) A concentração econômica. O mundo econômico é refém de não mais de 300 empresas transnacionais que controlam 58% do PIB mundial, e dão trabalho a apenas 8% da população economicamente ativa. Eles são os que controlam a economia e os governos. Por isso os governos se reúnem, mas não decidem nada.


c) A democracia formal ou burguesa falhou. As formas de representação estão em crise e não respondem aos interesses dos povos. Porque em todos os países há mecanismos de financiamento das campanhas eleitorais pelas grandes empresas de controle da opinião pública, que foi distanciando os poderes judiciário, legislativo e executivo da vontade real dos povos. Há necessidade urgente de desenvolver novas formas de participação popular nos três poderes e novas formas de representação política, em todo o mundo. Uma democracia que, além de formal, seja real.


d) Há uma revolução tecnológica em curso, com a informática e a Internet, que ampliou o acesso à informação. Mas isso não levou à democratização do acesso à educação formal para todos os jovens. Os níveis de acesso, se ficam no ensino primário e secundário, na maioria dos países, os jovens não entram nas universidades, e temos milhões de trabalhadores adultos não alfabetizados, à margem da modernidade. O pobre analfabeto, não é cidadão enquanto não conheça as letras!

e) Há um controle das ideias, dos desejos e da opinião pública pela concentração do poder midiático em todos os países do mundo. A construção de uma democracia necessita democratizar, em primeiro lugar, os meios de comunicação


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